Portugal distribui informações sobre riscos de incêndios a turistas

Bombeiros combatem o incêndio que lavra desde sexta-feira em Monchique, na zona de Pocilgais nas Caldas de Monchique, 6 de agosto de 2018. O fogo em Monchique já fez 44 feridos e obrigou a evacuar um resort . MIGUEL A. LOPES/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

A Autoridade Nacional de Proteção Civil distribui, desde sábado, pelos turistas e pela comunidade de língua inglesa no Algarve, informações sobre o risco de incêndio, de acordo com o ministro da Administração Interna.

A informação distribuída aos turistas traz indicações sobre o aviso de temperaturas extremas registradas nos últimos dias, o risco de incêndio em diversas regiões de Portugal, os cuidados a ter e as proibições adstritas à situação.

Os turistas que se encontravam em locais de risco extremo de incêndio receberam também, no sábado, avisos por SMS.

A mensagem de aviso foi emitida com o remetente “AvisoPROCIV” e incluiu a referência a um número de atendimento da ANPC, através do qual os cidadãos poderiam esclarecer as suas dúvidas.

Este SMS preventivo da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) para o risco de incêndios para várias zonas do país chegou a mais de sete milhões de pessoas, entre portugueses e estrangeiros, segundo informação da ANPC.

Durante a tarde de segunda-feira, uma parte da estrada que liga Monchique ao Alto da Fóia, o ponto mais alto do Algarve, a cerca de oito quilômetros da vila e situado a 900 metros de altitude, teve de ser evacuada pelas autoridades devido à aproximação do fogo.

Ao longo da estrada que liga o centro da vila à Fóia, também designada como o “topo” do Algarve, existem vários cafés, restaurantes e lojas de artesanato, assim como percursos pedestres, nas zonas de serra circundantes.

Incêndios

Numa das regiões turísticas de Portugal, o incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique já obrigou à retirada de pessoas de casas também no concelho de Silves, tendo a situação mais preocupante sido registrada em Falacho.

Silves é um dos três concelhos do distrito de Faro afetados pelo fogo rural, além de Monchique e Portimão. No fim de semana as chamas chegaram a Odemira, no distrito de Beja, mas já foram apagadas no concelho alentejano.

A autarca Rosa Palma afirmou que até agora foi possível salvaguardar as casas ameaçadas, retirar as pessoas das zonas de risco e levar aquelas que aceitaram para uma escola na sede de concelho que está a servir de centro de acolhimento aos deslocados.

“Temos aqui na freguesia de Silves o incêndio ativo, temos estado a controlar com a ajuda de meios aéreos e terrestres que foram enviados para cá. Temos entrado em contacto com as populações mais afetadas para entrar colocá-las em locais mais seguros enquanto estamos a tentar então regularizar a situação onde estão as suas habitações”, explicou Rosa Palma, sem precisar o número exato de pessoas que já foram deslocadas de casa.

A situação causa “preocupação” devido às “condições [meteorológicas] adversas”, nomeadamente os ventos, que “têm feito com que locais que pareciam controlados possam reacender”, lamentou.

“O vento faz uma linha incessante de reacendimentos, o que se torna complicado”, reiterou a autarca, sublinhando que as equipes de combate e de apoio às populações “têm sido incansáveis” no trabalho realizado.

Rosa Palma destacou ainda todas as ações em termos de prevenção e de levantamento do edificado e dos residentes realizadas no município como um fator que tem facilitado a atuação das autoridades.

A autarca salientou ainda que a Câmara tem “o levantamento feito de todas as casas do concelho”, sabe “as pessoas que têm dificuldades de mobilidade, as casas que estão habitadas, as pessoas que estão acamadas”, e isso “facilita bastante o trabalho quer da proteção Civil, quer da própria GNR” na hora de prestar apoio às populações no transporte para locais seguros.

Depois de mais uma noite complicada no combate às chamas que lavram em várias frentes na serra de Monchique, no Algarve, as autoridades chegaram hoje muito cedo a Casais, na freguesia de Monchique, para tentar retirar os cerca de uma centena de habitantes desta aldeia serrana.

Apesar de a apreensão dos moradores ser muita, recusam-se a abandonar a aldeia, preferindo, caso venha a ser necessário, ajudar a proteger os seus bens.

Nas unidades hoteleiras de Monchique de onde tiveram de ser retirados hóspedes pela aproximação do fogo, mantêm-se intactas, apesar da incerteza de quando poderão reabrir, segundo o presidente da maior associação hoteleira do Algarve.

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