OMS recebe com cautela vacina russa contra covid e lembra que é preciso segurança

Da Redação
Com Lusa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu com cautela a notícia de que a Rússia registrou a primeira vacina do mundo contra a covid-19, sublinhando que deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão definidos.

“Acelerar o progresso não deve significar comprometer a segurança”, disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, numa conferência de imprensa, acrescentando que a organização está em contacto com as autoridades russas e de outros países para analisar o progresso das diferentes investigações em curso relativamente de vacinas.

O porta-voz sublinhou que a organização está satisfeita “com a rapidez com que as vacinas estão a ser desenvolvidas” e espera que algumas delas “se mostrem seguras e eficazes”.

A vacina russa, cujo registo foi anunciado pelo Presidente Vladimir Putin nesta terça-feira, em reunião com o gabinete de ministros, não estava entre as seis que a OMS disse na semana passada estarem mais avançadas.

A organização com sede em Genebra citou, entre os seis, três candidatos a vacinas desenvolvidas por laboratórios chineses, dois dos Estados Unidos (das empresas farmacêuticas Pfizer e Moderna) e a britânica desenvolvida pela AstraZeneca em colaboração com a Universidade de Oxford.

Segundo Putin, a vacina russa é “eficaz”, passou em todos os testes necessários e permite atingir uma “imunidade estável” contra a covid-19.

O Ministério da Saúde da Rússia já veio dizer que a vacina vai entrar em circulação em 01 de janeiro de 2021.

Contudo, muitos cientistas, no país e no estrangeiro, questionaram a decisão de registrar a vacina antes de os cientistas completarem a chamada Fase 3 do estudo.

Essa fase por norma demora vários meses e envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona.

A Rússia tornou-se o primeiro país do mundo a registrar uma vacina contra o novo coronavírus, quando Putin divulgou que uma das suas filhas já foi inoculada.

“Esta manhã foi registrada, pela primeira vez no mundo, uma vacina contra o novo coronavírus”, disse Putin durante uma reunião com membros do governo russo.

De acordo com o chefe de Estado, a vacina russa é “eficaz” e superou todas as provas necessárias assim como permite uma “imunidade estável” face ao covid-19.

Putin acrescentou que uma das suas duas filhas já recebeu uma dose da vacina e está a sentir-se bem.

As autoridades russas já haviam anunciado que os profissionais de saúde, professores e outros grupos de risco serão os primeiros a serem inoculados.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 733 mil mortos e infectou mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Em junho, o Brasil fechou acordo para disponibilização no futuro de doses de uma vacina que está sendo testada para a covid-19. O medicamento está sendo desenvolvido em uma iniciativa conjunta da Universidade de Oxford e de um laboratório no Reino Unido e já está sendo testado no país.

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