No Rio, professor da Universidade de Coimbra defende luta contra desigualdade

Por Ígor Lopes

O renomado professor português Boaventura de Sousa Santos, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em Portugal, defendeu, durante o evento Rio+20, que “o mercado não deve ser a única forma de o homem de lidar com a natureza”. Segundo este catedrático, “mais do que a erradicação da pobreza, a sociedade deveria lutar contra a concentração de renda e desigualdade”. Boaventura pregou ainda uma reforma do sistema político.

Essas declarações se tornaram públicas no decorrer do encontro “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável para o combate à pobreza, no último dia 16, no Riocentro, no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

Em fevereiro deste ano, Boaventura já havia criticado a realização da Rio+20. Para este responsável, estamos perante ao que ele chamou de “uma orgia neoliberal”. O professor afirma que nos documentos preparados pela ONU antes da conferência no Brasil constam informações “importantes sobre inovações de cuidado ambiental, mas as propostas que fazem – resumidas no conceito de economia verde – são escandalosamente ineficazes e até contraproducentes: convencer os mercados (sempre livres, sem qualquer restrições) sobre as oportunidades de lucro a investirem no meio ambiente, calculando custos ambientais e atribuindo valor de mercado à natureza. Ou seja, não há outro modo de nos relacionarmos entre humanos e com a natureza que não seja o mercado”.

Boaventura de Sousa Santos nasceu em Coimbra no dia 15 de Novembro de 1940. É Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973), Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É diretor do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e do Centro de Documentação 25 de Abril da mesma Universidade portuguesa. É ainda coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa e membro do Núcleo Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe). Trabalha com temas como globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos. Tem trabalhos traduzidos em espanhol, inglês, italiano, francês e alemão.

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