Mundo Lusíada nos Açores: Russos querem contatar comunidade no Brasil

Vanessa Sene
Mundo Lusíada

A Alta Comissária para Imigração, Rosário Farmhouse, com Alina Dudcó, presidente de associação Kalina.

A Conferência Metropolis, no arquipélago dos Açores, nos possibilitou participar de sessões plenárias sobre um assunto urgente no mundo todo, as migrações, e também conhecer exemplos de imigrantes dos mais variados.

Alina Dudcó é uma imigrante, residente em Portugal, que cuida de muitos outros imigrantes. Ela é presidente da Kalina-Associação de Imigrantes do Leste Europeu, com sede no Porto. Esta é uma casa que atende imigrantes da Ucrânia, Moldavia, Bielorrússia, Cazaquistão e demais países da antiga URSS.

São ao todo 12 nacionalidades atendidas, e mais de dois mil associados, incluindo portugueses que se casaram com imigrantes. A comunicação é feita na língua russa, na maioria das vezes, e os associados conseguem atendimento jurídico gratuitamente. Este é um dos trabalhos dela, que como advogada licenciada também em Portugal, faz tradução de vários documentos jurídicos, em parceria com o escritório de advocacia na qual trabalha.

Além disso, oferece aulas de português duas vezes na semana, ministrada pela própria presidente, e distribui produtos alimentícios aos mais carenciados duas vezes ao mês. “Praticamente conheço todos os meus associados” diz com orgulho a imigrante que já dispõe da dupla nacionalidade. “Tenho uma responsabilidade dobrada. Tenho que saber a vida social e política de cada país, para evitar ângulos mais agudos, sem ofensas. Só nos juntamos para o que dá prazer” afirma a presidente, que informa tudo o que sabe do país de cada um deles.

Integrantes da associação Kalina representando a cultura ucraniana. Foto: Divulgação

Nesta associação, existe ainda uma escola de fim de semana onde o ano letivo continua para os associados, na sua própria língua, com apoio do Ministério da Educação da Ucrânia, também em contato com a da Rússia, para formar seus alunos até a 12ª série, e receber seu diploma, válido para a faculdade. Na música, o grupo folclórico representa a cultura dos países do leste, com apresentações diversas e aulas de dança para os interessados.

A associação está crescendo, e obteve recentemente o apoio da Câmara Municipal do Porto, para ter uma sede mais ampla e moderna. Com a inauguração no próximo mês de dezembro, o novo espaço terá até transmissão ao vivo de Moscou. “Nós, sem termos nada, conseguimos ter tudo” diz ela que participa da associação nos seus cinco anos de existência. Esta é uma das novidades dos dois jornais desta comunidade, que circulam em todo Portugal.

A presidente Alina Dudcó com integrantes durante uma apresentação russa.

Natural da Moldavia, onde dava aulas na área de psicologia, ela deixou o país em busca de melhores perspectivas financeiras. Comprou um bilhete com destino final a Portugal e seguiu sem rumo a outro país. Advogada de formação, além de pedagoga, estudou espanhol e francês no Liceu, e acabou desembarcando sozinha em Portugal, onde reside já há 12 anos, sendo seguida mais tarde pelo marido e filhos.

Alina é ainda representante oficial da Diáspora da Moldávia, e hoje conta com seu filho e seu marido como seus pilares neste árduo trabalho. “Eu faço parte daqueles poucos imigrantes que conseguiram alcançar seu sonho” afirma Alina Dudcó.

Nesta entrevista especial a um jornal luso-brasileiro, ela afirma que a associação Kalina gostaria de colaborar e contatar as associações russas ou de países do Leste europeu sediadas no Brasil. Para saber mais, entre em contato pelo e-mail: associaçã[email protected].

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