Israel: Hamas anuncia tréguas em Gaza em vigor às 10:00 de quinta-feira

Mundo Lusíada com Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal felicitou o anúncio de trégua na Faixa de Gaza. “Portugal felicita todos os que contribuíram para o acordo de libertação de reféns e de um cessar-fogo temporário para que possa chegar ajuda humanitária à população de Gaza. Apelamos à libertação incondicional de todos os reféns, a caminho de um cessar-fogo definitivo” declarou João Gomes Cravinho.

O movimento islamita Hamas anunciou hoje que as tréguas de quatro dias acordadas com Israel em troca da libertação de 50 reféns entrarão em vigor às 10:00 locais de quinta-feira (08:00 em Lisboa).

“A trégua na Faixa de Gaza começará às 10:00 de amanhã [quinta-feira]”, declarou Musa Abou Marzouk, membro sénior da ala política do Hamas, à cadeia de televisão Al Jazeera do Qatar.

Marzouk adiantou que o Hamas “está preparado para um cessar-fogo global e para uma troca de prisioneiros”, antes de indicar que “a maior parte” dos reféns feitos durante os ataques de 07 de outubro a libertar “são estrangeiros”, sem dar mais pormenores.

Segundo o movimento islamita palestiniano Hamas, 14.128 palestinianos foram mortos nos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza desde o início da guerra.

Entre os mortos até agora, contam-se 5.840 crianças e 3.920 mulheres, precisou o executivo do Hamas, desde 2007 no poder naquele enclave palestiniano pobre, acrescentando que há também 33.000 feridos.

Por sua vez, o Ministério da Saúde local indicou que há dezenas de cadáveres nas ruas do norte da Faixa de Gaza, além dos que estão soterrados nos escombros, e que é impossível contabilizá-los por causa da intensidade dos bombardeamentos israelitas.

A estes números se somam, segundo a ONU, 1,7 milhões de deslocados – mais de dois terços da população total daquele território palestiniano que enfrenta uma grave crise humanitária, devido à escassez de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível.

Do lado israelita, o ataque do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – fez, a 07 de outubro, 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns, segundo as autoridades.

De acordo com o Exército, 68 soldados morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra, que vai agora no seu 46.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente.

Portuguesa

Uma bebê de nacionalidade portuguesa foi retirada de Gaza em segurança, a última do grupo de cidadãos sinalizados por Portugal para saírem deste território, adiantou hoje à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Esta menor estava autorizada a sair, juntamente com os familiares que morreram na quarta-feira num bombardeamento no sul da Faixa de Gaza, na sequência do conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas neste enclave.

Uma outra cidadã portuguesa que estava incluída no grupo prioritário optou por ficar em Gaza, referiu a fonte oficial da diplomacia portuguesa.

Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tinha divulgado a saída de oito cidadãos sinalizados por Portugal – dois nacionais e seis familiares – através da passagem de Rafah, a qual está aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito.

Na mesma nota, a diplomacia portuguesa especificava que a saída da menor ainda não tinha ocorrido devido a dificuldades de comunicação com os seus familiares.

Um bombardeamento no sul da Faixa de Gaza na quarta-feira causou a morte de três portugueses, uma adulta e duas crianças, e dois familiares, que estavam incluídos na lista que o Governo português forneceu às autoridades para a retirada da Faixa de Gaza.

Segundo a ONU, desde início dos bombardeios, centenas de milhares de habitantes de Gaza fugiram para o sul, seguindo uma ordem de evacuação do exército israelense como parte das ações de retaliação.

Imagens de satélite do êxodo mostraram uma massa de pessoas se movendo por uma paisagem de edifícios destruídos e fotografias tiradas no nível do solo mostraram famílias carregando seus pertences a pé.

Em uma atualização no domingo, o diretor de Assuntos da Unrwa, disse a jornalistas que 13 locais da agência onde as pessoas estavam “abrigadas sob a bandeira da ONU” foram “diretamente atingidos” desde 7 de outubro.

White declarou que “inúmeros outros abrigos” sofreram “danos colaterais”, muitos deles no sul de Gaza, para onde os civis foram instruídos a fugir.

De acordo com ele, “a realidade é que os habitantes de Gaza não têm para onde ir por segurança e estão todos expostos à ameaça de combates e, particularmente, ataques aéreos”.

Mais de 880 mil deslocados internos buscaram abrigo em 154 instalações da Unrwa em todas as cinco províncias de Gaza. Dos 2,3 milhões de habitantes da região, 1,7 milhão estão deslocados.

Até o momento, 104 funcionários da agência da ONU foram mortos junto com pelo menos 11 mil pessoas em Gaza, de acordo com as autoridades de saúde.

Foto Unrwa/Ashraf Amra

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