Governo limita nos próximos 15 dias deslocações de portugueses para o exterior

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Governo vai limitar nos próximos dias deslocações para o exterior de cidadãos portugueses por via aérea, terrestre ou fluvial, salvo situações excepcionais, destinando-se a medida a reduzir os contatos e a conter a epidemia de covid-19.

Esta medida foi transmitida pelo ministro da Administração Interna na Assembleia da República, antes de ter sido aprovado por larga maioria o pedido de autorização de renovação do Estado de Emergência por mais de 15 dias, até 14 de fevereiro, para permitir medidas de contenção da covid-19 em Portugal.

“No quadro de uma estratégia nacional, o Governo adotará a medida de limitação de deslocações para o exterior nos próximos 15 dias de cidadãos nacionais. Salvo casos excepcionais, na próxima quinzena, serão limitadas as saídas por via aérea, terrestre ou fluvial de cidadãos nacionais”, declarou Eduardo Cabrita.

De acordo com o ministro da Administração Interna, esta medida destina-se “a proteger os cidadãos nacionais e a contribuir para a redução de contágios, limitando-se a pandemia de covid-19”.

“Tal como já tínhamos limitado os voos do Reino Unido e tal como suspendemos os voos nas ligações ao Brasil, iremos contribuir para a decisão europeia que limita voos entre áreas de risco em toda a União Europeia”, disse.

Desta forma, segundo o membro do Governo, por decisão articulada ao nível europeu, passa-se a exigir teste e quarentena.

Voos Brasil

Nesta quinta-feira, o chefe da diplomacia brasileira disse ter recebido garantias do seu homólogo português de que a suspensão de voos entre os dois países, decidida por Lisboa, foi motivada pela evolução pandêmica em Portugal e não pela situação no Brasil.

“O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, conversou por telefone na tarde de hoje [quarta-feira] com o ministro [das Relações Exteriores do Brasil] Ernesto Araújo, ocasião em que antecipou a decisão de seu Governo, asseverando que ela se dá como resposta ao aumento do número de casos de covid-19 naquele país e não em função da situação no Brasil”, disse o Ministério as Relações Exteriores do Brasil, em nota emitida nesta madrugada.

O mesmo documento destacou que “Brasil e Portugal manterão sua estreita e contínua cooperação bilateral no combate aos efeitos da pandemia e em todos os demais temas do relacionamento”.

Portugal determinou a suspensão dos voos de e para o Brasil, a partir das 00:00 do dia 29 de janeiro até 14 de fevereiro de 2021.

Para justificar a medida, as autoridades disseram que o fecho das ligações aéreas com o Brasil foi causado pela evolução da pandemia, o aumento dos casos de infecção e variantes do vírus.

Encontrada pela primeira vez em viajantes japoneses que passaram pelo estado do Amazonas em dezembro, uma nova estirpe do coronavírus designada pelos cientistas como B.1.1.28.1 ou P.1 tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo, porque se assemelha a variantes mais infecciosas do vírus que provoca a covid-19 encontradas anteriormente no Reino Unido e na África do Sul.

A nova estirpe brasileira já é predominante na cidade de Manaus, capital do Amazonas, que enfrenta um colapso do sistema de saúde desde o início de janeiro quando a alta procura de pacientes ocasionou problemas de abastecimento de consumíveis básicos para atendimento médico como fornecimento de oxigênio.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar 220.161 morto e mais de 8,9 milhões de casos da doença. Até agora Portugal não confirmou a presença da variante brasileira do vírus no país, mas detectou a variante encontrada no Reino Unido.

Perto de um terço dos casos de covid-19 no país podem corresponder à nova variante do Reino Unido, e a Área Metropolitana de Lisboa pode representar quase metade dos casos confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: