Acordo: Cabo submarino que liga Fortaleza a Lisboa vai reforçar segurança de dados

Mundo Lusíada
Com agencias

FORTALEZA_CearaUma empresa brasileira – com 35% de participação da Telebras, 45% da IslaLink e 20% de um terceiro acionista brasileiro – terá a missão de construir um cabo submarino que ligará Fortaleza a Portugal. O acordo foi assinado pelo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, pelo presidente da Telebrás, Jorge Bittar e por representantes da Islalink, em Brasília dia 30 de junho.

De acordo com o governo, esse empreendimento se insere na estratégia brasileira de reforçar a sua infraestrutura de telecomunicações. “O nosso foco é a comunicação de dados e ampliar, fundamentalmente, a segurança das nossas comunicações”, destacou o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini.

Durante a assinatura do acordo entre as empresas que constituem a joint-venture que executará o projeto, o ministro informou que o governo vem estabelecendo diálogos com outros países, inclusive do BRICS, em busca de iniciativas semelhantes, que ampliem a capacidade de tráfego, garantam a multilateralidade da infraestrutura de telecomunicações e também a segurança das informações.

O presidente da Telebras, Jorge Bittar, deu detalhes técnicos do projeto. O cabo terá 5.875 Km de extensão e ligará Fortaleza a Lisboa, podendo ter derivações na Guiana Francesa, Ilhas Canárias, Ilha da Madeira e Cabo Verde.

“Ele permitirá um tráfego direto de informações com a Europa, já que 01 em cada 10 PTTs (Pontos de Troca de Tráfego) estão no continente europeu, evitando que os dados passem pelos Estados Unidos”, destacou. Além de dar mais segurança, essa conexão direta vai ser importante para o Brasil, que passa a ser um ponto de junção entre a América Latina e a Europa.

O canal de comunicação vai beneficiar, por exemplo, o intercâmbio entre 1,4 mil instituições de pesquisa científica e educação da América do Sul – mais da metade delas no Brasil – e 3 mil na Europa.

O pontapé inicial das obras acontece no primeiro de 2016, quando a Telebras deve iniciar a construção, em Fortaleza, da land station, que é o ponto de partida do cabo submarino. O projeto deve levar 18 meses para ser concluído e está orçado em US$ 185 milhões.

A empresa terá 35% de participação da Telebras, 45% da espanhola IslaLink e 20% de um terceiro acionista nacional, ainda a ser definido. O cabo vai permitir a transmissão de 30 terabits por segundo e o acesso aos Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) nas cidades de Frankfurt, Amsterdã, Londres e Paris.

O acesso aos PTTs vai fortalecer a oferta das comunicações disponível no Brasil, principalmente em áreas onde há demanda de latência como saúde, computação em nuvem e mercado financeiro. Entre outras áreas com grande demanda de banda estão a astrofísica, a cosmologia e a astronomia óptica.

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