FC Porto acaba eliminado mas foge à ‘humilhação’ com o Al Ahly

Foto @FCPorto

O FC Porto despediu-se na segunda-feira do Mundial de clubes de futebol, depois de um campanha desastrosa nos Estados Unidos e que podia ter acabado com uma impensável goleada frente aos egípcios do Al Ahly, apesar do 4-4.

Além do adeus à competição, num percurso sem vitórias e com dois empates no Grupo A, a equipa de Martín Anselmi pode agradecer aos ‘deuses’, à falha de pontaria dos jogadores do Al Ahly e a Pepê por não ter escrito em Nova Jérsia uma das piores páginas de sempre da história do FC Porto.

Para os registos fica o 4-4 no Estádio Metlife, em East Rutherford, mas, na memória de quem assistiu ao encontro, fica o festival de oportunidades falhadas pelo Al Ahly na segunda parte, em que podia ter duplicado facilmente o marcador, perante uma formação portista completamente derrotada, sem energia e perdida em campo.

Valeu o remate certeiro, com alguma raiva à mistura de Pepê, aos 89 minutos, para salvar o FC Porto da derrota, num encontro completamente atípico, sobretudo no arranque da segunda metade, com uma chuva de golos.

O palestiniano Abou Ali acabou por assinar um ‘hat-trick’ para os egípcios, aos 15, 45+2 e 51 minutos, com o tunisino Ben Romdhane a marcar também para a formação do Cairo, enquanto, do lado do FC Porto, Rodrigo Mora, aos 23, William Gomes, aos 50, e Samu, aos 53, antecederam o tento de Pepê.

No comando do FC Porto desde janeiro, Anselmi chegou ao Mundial de clubes depois de uma segunda metade de época penosa e regressa de terras norte-americanas ainda numa posição mais frágil, num cenário em que parece cada vez mais difícil a sua continuidade para 2025/26.

A campanha nos Estados Unidos podia ter ficado apenas pela eliminação na fase de grupos, mas a isso juntou-se um nível exibicional desastroso e que podia ter hoje terminado na calamidade total, já que o Al Ahly, além de ter marcado quatro golos, cenário que seria impensável antes da partida, podia ter feito muitos mais e goleado mesmo os ‘dragões’.

Prova disso é que os egípcios entraram a todo o gás na partida e aos 15 minutos já estavam em vantagem, com Abou Ali a aproveitar da melhor forma uma bola proibida perdida pela equipa portuguesa a meio campo.

O FC Porto ainda respondeu logo pelo ‘génio’ de Rodrigo Mora, que fintou tudo e todos, incluindo o guarda-redes rival, para fazer o empate, mas o Al Ahly voltou a ser dono e senhor da partida e, já depois de Cláudio Ramos ter impedido novo golo por duas vezes, Abou Ali não falhou da marca de grande penalidade, a castigar falta escusada de Fábio Vieira na grande área.

No arranque da segunda parte, Anselmi lançou Gonçalo Borges e Samu, este para o lugar de Namaso, que foi uma aposta totalmente falhada para o ‘onze’, e o FC Porto voltou a igualar, desta vez pelo brasileiro William Gomes, uma das poucas exibições positivas nos ‘dragões’, com um remate de pé direito de fora da área.

Segundos depois, num período simplesmente frenético da partida, mas também cheio de erros de parte a parte, Abou Ali, completamente solto na área, voltou a dar vantagem ao Al Ahly, com Samu depois, na sequência de um canto, a fazer o 3-3.

O jogo passou a estar completamente partido e o emblema da capital do Egito voltou outra vez para a liderança, com o tunisino Ben Romdhane a ter todo o tempo do mundo para rematar com sucesso de fora da área.

O relógio assinalava 64 minutos e foi nesta altura que teve início a via aberta para a baliza de Cláudio Ramos, com falhanços para todos os gostos e feitios por parte dos jogadores do Al Ahly e com o FC Porto a conseguir de forma quase inacreditável manter apenas um golo de desvantagem.

Quando não era Ramos a defender ou um defesa portista a tirar a bola em cima da linha, eram os jogadores egípcios a falhar de baliza aberta ou isolados com todas as condições para marcar.

Nos instantes finais, Pepê ainda atirou com sucesso de longe, disfarçando por completo o que poderia ter sido uma despedida verdadeiramente caótica do FC Porto da primeira edição do Mundial de clubes com 32 equipes.

Para Martín Anselmi (treinador do FC Porto) os jogadores deram tudo até ao final. “A equipa lutou com tudo até ao final. Foi sempre em busca da vitória, mas acabou por não ter o resultado esperado. É uma temporada em que nada saiu bem. Temos de ver o que falta, ver onde errámos. Toda a temporada foi uma aprendizagem, não só este jogo.”

Mundial

Num 10.º dia em que Palmeiras, Inter Miami, Paris Saint-Germain e Botafogo selaram o apuramento para os ‘oitavos’, os ‘dragões’, mesmo com o melhor ataque do Grupo A, com cinco golos, acabaram sem vitórias e apenas dois pontos – as outras 11 equipas dos ‘velho continente’ têm melhor registo.

Depois de empatar a zero com o Palmeiras e perder por 2-1 com o Inter Miami, o ‘onze’ do argentino Martín Anselmi não dependia apenas de si próprio, mas nem a sua parte fez, num jogo que nunca liderou, estando em desvantagem por 1-0, 2-1, 3-2 e 4-3.

Num embate caótico, em que os egípcios podiam ter chegado à dezena de golos e os portistas também falharam várias ocasiões claras, tão partido ficou o jogo na segunda parte, o FC Porto nem teria, assim, aproveitado um eventual triunfo do Inter Miami, que liderou até aos 87 minutos.

O festival de golos acabou com frustração para ambos os lados, já que os apurados saíram do outro jogo do Grupo A, entre os brasileiros do Palmeiras, de Abel Ferreira, e os norte-americanos do Inter Miami, que terminou empatado a dois golos.

A formação do argentino Javier Mascherano surpreendeu e chegou a 2-0, com um tento do também ‘albi-celeste’ Tadeo Allende, aos 16 minutos, e outro do uruguaio Luis Suárez, um ‘golaço’, aos 65, de pé esquerdo, depois de ludibriar toda a defesa contrária.

O triunfo no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, dava o primeiro lugar do grupo aos anfitriões, mas, na parte, final, o conjunto brasileiro conseguiu chegar ao empate, com tentos vindos do banco, de Paulinho, aos 80 minutos, e Maurício, aos 87.

No Grupo B, o campeão europeu em título Paris Saint-Germain, com um 2-0 ao Seattle Sounders, e o Botafogo, de Renato Paiva, ao perder apenas por 1-0 com o Atlético de Madrid – poderia perder por dois se o PSG vencesse -, seguiram em frente.

Franceses, brasileiros e espanhóis acabaram todos com seis pontos, tendo decidido os golos, nomeadamente o 4-0 do PSG ao Atlético, num agrupamento em que os anfitriões acabaram a zero.

Com esta conjugação de resultados, haverá, nos ‘oitavos’, um confronto entre os treinadores portugueses Abel Ferreira (Palmeiras) e Renato Paiva (Botafogo), enquanto Lionel Messi (Inter Miami) reencontra, sem grandes expectativas, o PSG.

Os quatro apurados do 10.º dia juntaram-se aos alemães do Bayern Munique (Grupo C), aos brasileiros do Flamengo (Grupo D), e aos italianos da Juventus e aos ingleses do Manchester City (ambos do Grupo G), qualificados após duas rondas.

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