Web Summit: Jovens empresários portugueses aconselham empreendedores a arriscar

Mundo Lusíada
Com Lusa

Jovens empresários portugueses responsáveis pelos projetos de sucesso Science4you, Clickly e WeTek aconselharam, na Web Summit em Lisboa, os empreendedores a arriscar, notando que 99% das ideias não são executadas por falta de tentativa.

“Acredito que a coisa mais importante a fazer é tentar. Hoje em dia, 99% das ideias morrem porque as pessoas não tentam”, disse o presidente executivo da Science4you, empresa portuguesa dedicada à produção e comercialização de brinquedos educativos e científicos.

Falando numa conferência centrada em companhias portuguesas com rápido crescimento, na Web Summit, Miguel Pina Martins notou que, quando começou o projeto da Science4you, era um jovem de 21 anos e “sem qualquer experiência”. “Hoje temos 7.000 pessoas a trabalhar conosco”, referiu.

O responsável sustentou também que “o foco é essencial” para começar projetos. “Não vão conseguir fazê-lo em ‘part-time’, lamento, não é assim que funciona. Têm de se focar a 100% e saber que, durante o processo, vão perder tempo para a família e para os amigos”, disse.

Para o cofundador da Clickly, empresa que se destina à distribuição de anúncios de forma programática, um empreendedor “é alguém que trabalha a tempo inteiro”. Contudo, para os projetos serem bem-sucedidos “têm de ser testados”, nomeadamente junto do mercado, para serem “promissores o suficiente”, referiu Sérgio Pereira.

Por seu lado, o presidente executivo da WeTek, companhia que cria soluções tecnológicas para distribuição de ‘media’, aconselhou os empreendedores “a não desistirem”. “Mas não vai resultar só porque vocês acreditam, têm de testar os produtos”, vincou Hugo Condesa, destacando que uma das principais vantagens de o fazer em Portugal são “os impostos”.

Tanto Miguel como Sérgio e Hugo defenderam que é possível ter sucesso a partir de Portugal — seja de Lisboa ou do Porto, por exemplo — já que o país possibilita a construção de “tecnologia de ponta”.

Também presente na ocasião, o cofundador da empresa de produtos têxteis sediada em Braga Pure Cotton, Ricki Madsen, considerou que “Portugal tem muito para oferecer”, dispondo de “muito talento e de muita criatividade”.

Vantagens de Portugal

Também durante o evento, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) disse que os investidores presentes na Web Summit “já têm uma ideia concreta” das vantagens competitivas do mercado português. Luís Castro Henriques fez um balanço “muito positivo” da segunda edição do evento em Lisboa.

Dos destaques, citou “60 mil participantes”, a agenda muito preenchida e interessante, com “conteúdo adicional muito relevante”, e as interações com potenciais investidores.

“Ao contrário do ano passado, os investidores já têm uma ideia concreta das nossas vantagens competitivas. Tenho recebido perguntas mais específicas”, sublinhou Castro Henriques. “Isso deixa-me muito satisfeito porque acho que é um dos resultados positivos da Web Summit”, considerou.

Sobre se é possível saber que investimento pode ter sido angariado neste evento, Luís Castro Henriques disse que ainda é cedo e recordou que do processo de intenções à concretização vai algum tempo.

Segundo o presidente da AICEP, “há um clima positivo em relação ao investimento em Portugal”, mas “acima de tudo não é só interesse, mas o interesse já mais específico, com algum conhecimento”.

Entre as questões colocadas pelos investidores relativamente em Portugal está o talento e a capacidade de os portugueses falarem várias línguas. “As questões são muito à volta do talento, há um reconhecimento de que há talento com alta qualidade técnica, condições para vir para Portugal e qualidade de vida”, apontou.

A Web Summit termina nesta quinta-feira após ter começado na segunda-feira no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL). Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.

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