Entrevista: Amante do fado, Fátima Fonseca aposta também em outros estilos

Por Igor Lopes

Fátima Fonseca é dessas cantoras inquietas. Revê-se em vários estilos. Recentemente esbarrou no fado. Embora o estilo estivesse-lhe já na veia, por raízes familiares, a artista viajava entre a bossa-nova, o jazz e também blues. A mistura de ideias rendeu até mesmo uma fusão entre a bossa e o fado. Um dos seus trabalhos traz canções em três línguas diferentes. Novos projetos estão nascendo e Fátima promete mudanças. Mais? De cara lavada, e com ou sem sotaque, a cantora, que regressou recentemente de apresentações na Europa, conversou com exclusividade com a nossa reportagem e contou um pouco das suas expectativas e da sua inquietude.

Fale um pouco sobre a sua formação como pessoa e profissional…

Sou cantora contralto e compositora luso-brasileira. Nasci em São Paulo, sou filha de pais portugueses do distrito de Viseu. Apaixonei-me pela música ainda na década de 1990 quando vivi em Londres, após ter concluído os estudos universitários. Estudei Letras e cursei pós-graduação em Administração, com especialização em Comércio Exterior. Mas sempre me dediquei à carreira musical em paralelo. Nos últimos anos, decidi me entregar à música por mais tempo e às atividades como compositora.

E no campo musical, como é o seu percurso?

O meu primeiro álbum, “O Espelho”, traz uma diversidade de ritmos como jazz, bossa nova, blues e fado, com canções nos idiomas português, espanhol e inglês e inclui temas que vão desde o confessional “Como um Ímã”, que versa “Se me olhas, me perturbas, estremeço, me torturas; a razão me abandona, sensatez evapora…” até o fado canção “Rio de Moinhos”, que aborda a saudade do imigrante português em relação à sua terra, às boas recordações. “Rio de Moinhos” tem sido um sucesso em Portugal e tem conquistado muitos corações em países como França, Suíça, Canadá, Macau e Argentina, além do Brasil, claro. Ambas as canções são de minha autoria em parceria com David Pasqua, autor da melodia.

Sei que tem trabalho novo sendo lançado….

Recentemente fiz o pré-lançamento do álbum (EP) Fado Bossa Nova no Teatro Olido, a convite da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O álbum inclui a nova versão de “Rio de Moinhos”, o fado “Amor Viajante”, sobre o amor além-mar e as conquistas e “A Bossa e o Fado”, um namoro entre a bossa-nova e o fado, que tem feito muito sucesso nas rádios europeias mesmo antes do lançamento oficial do álbum Fado Bossa-Nova no exterior, que em breve será divulgado. Nos três fados, a letra é de Fátima Fonseca e a música, de David Pasqua. O videoclipe de “A Bossa e o Fado” acaba de ser lançado, também através da FadoTV e recebeu inúmeras visualizações e elogios.

Já cantou em Portugal?

Fátima Fonseca é brasileira, mas o meu coração é português. Os meus pais são do distrito de Viseu e praticamente toda a minha família vive em Portugal. Ao compor o meu primeiro fado, “Rio de Moinhos”, senti-me enamorada pelo estilo musical. Essa canção conquistou tanto os portugueses ao ponto de ser convidada para atuar naquele país por ocasião do lançamento do meu álbum “O Espelho”. Fiz novas apresentações na Europa em junho do ano passado. Em Portugal, participei no Festfado e realizei apresentações em Penalva do Castelo e em Rio de Moinhos, em Abrantes.

E quais são os novos projetos?

Incluem inicialmente um namoro entre o fado e a bossa-nova, uma ponte entre Brasil e Portugal e avança para outras regiões ao tocar os corações portugueses que se encontram longe do seu amor e país com o fado “Amor Viajante”. Estão previstas ainda apresentações em grandes clubes paulistas e cidades do interior, que serão divulgadas em breve.

Para os fãs da boa música, onde você pode ser encontrada?

Geralmente canto no Alfama dos Marinheiros, All of Jazz e Pateo Lisboa, todos em São Paulo, com apresentações de fado, jazz e bossa-nova. Muitas novidades serão partilhadas brevemente no meu website www.fatimafonseca.com.br

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