Canário conquista público luso-brasileiro e promete voltar em 2012

Mundo Lusíada

O Mundo Lusíada foi recebido pelo cantor Augusto Canário com muita simpatia e disponibilidade. O músico teceu elogios para as comunidades luso-brasileiras por onde passou e disse esperar ter atendido as expectativas. Pela reação do público em shows diferentes, estas foram atendidas e superadas, já que os convites multiplicaram de tal forma que a banda já promete voltar ao Brasil no próximo ano. “Vamos voltar a São Paulo, Rio, Santos, Curitiba e onde quiserem muito brevemente, e com certeza sempre pela mão do Rancho Pedro Homem de Mello” afirmou o artista.
Augusto Canário começou por elogiar o nível dos eventos e a organização. “O espetáculo foi excelente na Ilha Porchat em Santos, na Portuguesa foi fantástico, e no aniversário do Pedro Homem de Mello tenho certeza que será sensacional porque aqui estão pessoas que nos tocam, muito amigas que há muito queriam que cá viéssemos. Foi um prazer que não podemos descrever, foi uma alegria estar aqui” disse antes do seu último compromisso que marcou os 23 anos do Rancho Folclórico Pedro Homem de Mello.
Canário já esteve no Brasil a 20 anos atrás, mas pela primeira vez com a banda para apresentações. “Eu já tinha uma ideia interessante de São Paulo, uma cidade de trabalho, dinâmica e que não dorme” comentou o cantor que gostou das visitas no Museu do Futebol em São Paulo, no Museu do Café em Santos, e do passeio na Praia Grande, além de “conhecer e rever pessoas que não via há anos”, disse agradecido pela receptividade em casas de amigos por onde passou. E salientou o trabalho da Fátima e Justiniano Macedo, além de toda equipe do PHM, e também das pessoas que os receberam. “Estou mesmo encantado, esperava ser bem recebido, mas não tão bem recebido de forma extraordinária. Tenho pena de não poder ir a todos os convites que temos, fica para a próxima”.
Para 2012, Canário e Amigos querem voltar ao Brasil, no Rio de Janeiro, Curitiba, e em lugares por onde passaram como a Casa de Portugal do ABC. “Quem nos vê em DVD tem uma ideia, quem nos vê ao vivo é especial porque nos vídeos não se sente propriamente a alma”. E esta alma portuguesa esteve presente nestas apresentações luso-brasileiras.
“Existe uma música que diz onde está um Galo de Barcelos está um português. Quando chegamos a casas como as que encontramos aqui, como EUA, Canadá, Argentina, Europa, Austrália, encontramos casas com uma dimensão muito grande e sempre a mesma preocupação: preservar as tradições, deixar aos descendentes e acima de tudo uma profunda saudade de Portugal, quanto mais longe maior é a saudade” disse o filho de emigrantes portugueses em França, que elogiou a gastronomia, a preservação dos trajes e cantigas nas associações. “Estou surpreendido porque encontrei aqui coisas com dimensão, e pessoas com muita categoria, só tenho que dar os parabéns”.

A música portuguesa
Seguido do tango e o flamenco, o fado foi distinguido como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Canário, que tem agenda lotada com a música folclórica portuguesa, diz que gosta muito do fado e que as “desgarradas” tem ciclos mais fortes e fracos. “Desde Amália, Carlos do Carmo e os maiores fadistas, todos eles cantaram músicas do folclore português, quer do Minho, do Alentejo e de todo o país” afirma Canário, que aprova diversos estilos.
“Podemos ter o fado, podemos ter uma música mais ligeira, o rock, mas quanto mais globalizados mais necessidade temos de ter o que é só nosso e nos enche a alma” afirma ele que gosta de MPB, citou Chico Buarque, Maria Bethania e Roberto Carlos, além do forró, do rock ao fado. “Mas quando ouço um vira, um malhão, uma cantiga da Madeira ou Açores, o meu pezinho bate de uma forma diferente. O meu e de todos os portugueses”.
Para o seu show no Brasil, Canário que conta com um repertório montado para apresentações em Portugal, aceitou sugestões dos organizadores luso-brasileiros para compor o seu show. Pela primeira vez, ele fez uma seleção especial incluindo no seu repertório cantigas antigas e mais 12 sugestões de amigos, o que reuniu 36 canções apresentadas nos seus shows em São Paulo.
Quanto mais longe de Portugal, maior a saudade
“Hoje em dia com os meios a nossa disposição, tecnologia, internet, telefones, temos tudo muito mais próximo. Mas há uma coisa que os grandes técnicos ainda não conseguiram transmitir através das máquinas, que é alma e emoção, sorriso e olhar. Eu acredito que mais do que saudade, é emoção e vontade de ver pessoas que vem do nosso país, de quem nos identificamos, gostam da mesma coisa e escreve cantigas que nos dizem alguma coisa” diz o artista que comenta ainda sobre a proximidade e o carinho que tem com o público.
“Não são só adultos, muitas crianças adoram a nossa música. Mas sou simpático para as pessoas porque sou assim. Deixei meu trabalho há 30 anos, numa instituição para deficientes mentais, ainda colaboro com a instituição porque sinto essa necessidade, sou músico o tempo inteiro, mas no dia que achar que estou cá só para ganhar dinheiro então se calhar vou fazer outra coisa”.

Mensagem ao Brasil
“Primeiro gostaria de dar os parabéns pela forma como fomos recebidos desde o primeiro minuto no aeroporto, e parabéns pela forma como cuidam das coisas de Portugal, e como tratam os valores portugueses no Brasil. Em segundo lugar, queria deixar uma mensagem de paz e esperança, porque hoje o mundo está pior, as vezes com a nossa ajuda fique melhor. Que haja mais paz, tranquilidade e acima de tudo uma saúde boa para família, um bom Natal, um bom ano, e a certeza que um dia havemos de voltar”.

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