Bom Jesus de Braga e Palácio de Mafra classificados patrimônio mundial da UNESCO

Da Redação
Com agencias

O Santuário do Bom Jesus, em Braga, e o Palácio Nacional de Mafra receberam a classificação de patrimônio cultural mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), na reunião em Bacu, no Azerbaijão, que acontece até 10 de julho.

“Mais um motivo de orgulho para Portugal. Parabéns a todos os que contribuíram para tal reconhecimento”, sublinhou o Primeiro-Ministro, António Costa, na sua página da rede social Twitter.

No mesmo sentido, a área governativa dos Negócios Estrangeiros assinalou, em comunicado, as novas inscrições portuguesas na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, destacando que o País passa a dispor de 17 bens inscritos nesta lista.

“Ministra da Cultura sublinha a importância destas distinções, que reconhecem a diversidade de dois magníficos monumentos portugueses, testemunhos vivos da nossa história, #patrimônio e cultura. Parabéns a todos os que trabalharam para esta distinção, parabéns a Portugal!”, lê-se na página do Twitter da responsável pela pasta da Cultura.

A lista do patrimônio mundial integra bens de valor universal excepcional, o qual é avaliado através do cumprimento de um conjunto de critérios e condições de integridade e autenticidade, bem como da existência de um plano de gestão que preserve o valor do bem, assegurando uma proteção eficaz enquanto propriedade de toda a Humanidade.

O Santuário do Bom Jesus, em Baga, e o Palácio Nacional de Mafra juntam-se à lista do patrimônio mundial, que passa a integrar 17 bens em Portugal, entre os quais o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém (Lisboa), o Convento de Cristo (Tomar), o Mosteiro da Batalha, a zona central de Angra do Heroísmo (Açores), o centro histórico de Évora, o Mosteiro de Alcobaça, a paisagem cultural de Sintra, o centro histórico do Porto, a Ponte D. Luiz I e o Mosteiro da Serra do Pilar, ambos no Porto, ou os sítios pré-históricos de arte rupestre do Vale do Rio Côa e de Siega Verde.

A lista da UNESCO em Portugal integra ainda a floresta Laurissilva da Madeira, o Alto Douro Vinhateiro e centro histórico de Guimarães, a paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico nos Açores, a cidade-quartel de Elvas e as suas fortificações, e a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia.

A reunião decidiu também alargar a área do sítio Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, inscrito na Lista do Patrimônio Mundial em 2013, para incluir o Museu Nacional Machado de Castro.

Responsabilidade em Braga

O presidente da câmara de Braga congratulou-se pela classificação, salientando que com a distinção vem “também uma grande responsabilidade e orgulho”.

“Isto é um momento de felicidade, de orgulho para a cidade e para toda a equipa que trabalhou para que esta classificação fosse possível, mas também coloca sobre a cidade uma grande responsabilidade que é a de tudo fazer para que o local continue à altura desta distinção”, afirmou Ricardo Rio.

O autarca transmitiu ainda as felicitações do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: “Acabei de falar também com a embaixadora Ana Martim, que nos deu conta dos parabéns do Presidente da República”, disse.

A candidatura suscitou algumas questões ao Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS), que faz a apreciação das candidaturas que chegam de todo o mundo, no que diz respeito à autenticidade e integridade deste monumento, assim como a preservação e prevenção de acidentes, como possíveis incêndios à volta do complexo religioso, mas a proposta acabou por ser aprovada.

O Brasil, que abriu a discussão e faz parte deste comité, defendeu que o Bom Jesus de Braga não só cumpre todos os critérios para ser integrado na lista de monumentos, mas serviu também de inspiração para o complexo do Bom Jesus de Congonhas, no Brasil, que já consta da lista da UNESCO.

Portugal esclareceu que todas as dúvidas sobre o monumento bracarense já estavam esclarecidas no dossier entregue por Portugal e que as recomendações do ICOMOS já estão mesmo a ser seguidas no santuário. A representação portuguesa afirmou ainda que o monumento também já está inscrito como patrimônio nacional.

O Santuário do Bom Jesus do Monte ultrapassa anualmente 1,2 milhões de visitas, soma mais de meio milhar de degraus, 19 capelas, até à Basílica, cinco, até ao Terreiro dos Evangelistas, 20 fontes e 32 estátuas.

Em escadas, o monumento conta com o Escadório do Pórtico (376 degraus), o Escadório dos Cinco Sentidos (104 degraus), com o Escadório das Virtudes (59 degraus) e ainda com mais escadas pelo Largo do Pelicano para o Adro (34 degraus).

Localizado no norte de Portugal, virado a poente com vista para toda a cidade de Braga, o percurso tem também 20 fontes e 32 estátuas, com destaque para as quatro fontes do Terreiro dos Evangelistas: São Mateus, São João, São Lucas e São Marcos. O Santuário é também muito procurado para casamentos: 148 pessoas casaram-se no Santuário, em 2017. No mesmo ano, realizaram-se 95 batizados.

Do início do processo de classificação até à fase final, com o reconhecimento na reunião de Baku, no Azerbaijão, do valor patrimonial do Santuário, no domingo, foram 21 anos: a “ideia” surgiu em 1998, a apresentação da candidatura deu-se em 2011, a entrada na lista indicativa de Portugal foi aceite em 2017, seguindo-se, em 2018, a submissão, pelo Estado português, da candidatura do Bom Jesus a Patrimônio Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Também o conjunto composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra recebeu neste domingo dia 07 a classificação de Patrimônio Cultural Mundial da UNESCO.

E ainda, Paraty e Ilha Grande, no Brasil, receberam título de Patrimônio Mundial da Unesco >>

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