Variante Delta responsável por perto de 90% das infecções em Portugal

Da redação com Lusa

A variante Delta do vírus SARS-CoV-2, associada à Índia e considerada mais transmissível, é responsável por perto de 90% dos casos de infecção em Portugal e registrou um forte incremento no Norte, na Madeira e nos Açores.

Os dados constam do relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do vírus que provoca a covid-19 hoje divulgado e que confirma que a Delta já era a variante prevalente em Portugal na semana de 21 a 27 de junho.

“Como esperado, a sua frequência tem aumentado em todas as regiões” no último mês, registando-se um “forte incremento” no Norte, onde já representa 71.1% das infeções, na Madeira (85.7%) e nos Açores (64.7%), avança o instituto.

Portugal está, nos últimos dias, a acelerar o ritmo da vacinação contra a covid-19 para responder à rápida propagação da variante Delta, considerada 60% mais transmissível do que a Alpha, com a `task force´ que coordena a logística a apontar para a administração de cerca de 850 mil doses por semana.

De acordo com o INSA, do total de sequências da variante Delta analisadas, 55 apresentam a mutação adicional K417N na proteína `spike´ (sub-linhagem AY.1), o que significa que, na amostragem nacional de junho, não tem evidenciado uma tendência crescente.

Relativamente à variante Alpha, associada inicialmente ao Reino Unido e que chegou a ser a predominante em Portugal, o INSA adianta que “continua com forte decréscimo de frequência a nível nacional”, apresentando uma frequência relativa de 9.8%.

 “A frequência relativa das variantes Beta e Gamma, associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), respectivamente, mantém-se baixa e sem tendência crescente nas últimas amostragens a nível nacional”, refere ainda o relatório.

Entre outras variantes de interesse já detetadas em Portugal, o instituto aponta a circulação da variante com a linhagem B.1.621, detetada inicialmente na Colômbia, a qual apresentou frequências relativas entre 1% e 0.4%, assim como a Lambda, com circulação vincada no Peru e do Chile, a qual foi detetada em apenas dois casos em Portugal, desde abril deste ano.

O INSA já analisou 10.824 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 288 concelhos de Portugal.

Em junho, o instituto anunciou um reforço da vigilância das variantes do vírus que causa covid-19 em circulação em Portugal, através da sua monitorização em contínuo.

Esta nova estratégia permite uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados, essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela saúde pública.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.118 pessoas e foram registrados 892.741 casos de infecção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Vacinas

Portugal prevê receber cerca de 1,8 milhões de vacinas contra a covid-19 até ao final deste mês, a grande maioria da Pfizer, anunciou hoje a `task force´, adiantando que mantém uma reserva para as segundas doses.

“Até ao final de julho, estima-se receber cerca de 1,8 milhões de vacinas”, sendo 1,1 milhões de doses da Pfizer, 300 mil da Moderna, 250 mil da AstraZeneca e 150 mil da Janssen, adiantou à agência Lusa a estrutura que coordena a logística do plano de vacinação.

Neste momento, as “vacinas disponíveis são suficientes para garantir 850 mil doses na presente e na próxima semana”, no âmbito do esforço de vacinação que está em curso em Portugal continental, garantiu a mesma fonte, assegurando que a `task force´ “mantém uma reserva para a administração das segundas doses”.

Na segunda-feira, mais de 141.500 doses foram administradas em Portugal continental, o que, segundo a `task force´ liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo, constituiu o recorde diário de vacinação desde que arrancou esta campanha em 27 de dezembro de 2020.

O coordenador da‘task force’ disse no sábado à Lusa que Portugal vai acelerar o ritmo de vacinação devido à rápida disseminação da variante Delta do coronavírus SARS COV-2, considerada mais transmissível e que já é a predominante no país.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, até ao final de domingo, tinham sido administradas mais de 9,1 milhões de vacinas, cerca de 5,7 milhões referentes a primeiras doses e 3,4 milhões que permitiram aos utentes completar a sua vacinação.

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