Ministro e Embaixador inauguram nova CTI do Hospital Beneficente Portuguesa em Belém

Comunidade Portuguesa esteve reunida com autoridades num empreendimento que contou com aporte de 149 milhões.

 

Mundo Lusíada

O Ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, participou da inauguração da nova ala do Hospital Beneficente Portuguesa em Belém do Pará, no dia 29. O projeto é o principal empreendimento português no Brasil neste momento em construção, com área total de cerca de 40 mil m²

As autoridades presentes foram recebidas pelo presidente da instituição, Francisco Reis França, e pelo vice, Luiz Sergio Chermont, e estiveram acompanhados também do senador Jader Barbalho, pai do atual ministro, e do embaixador de Portugal Jorge Cabral, além de vários líderes associativos ligados à Comunidade Portuguesa.

Segundo o embaixador, Portugal se orgulha da Sociedade Beneficente Portuguesa e da obra dos portugueses no Pará. Em rápido pronunciamento, o ministro Barbalho lembrou sua terra natal, Belém, no hospital em que nasceu.

Para o novo espaço, a gestão do hospital contou com 149 milhões de investimento. Desse recurso, foram usados pela primeira vez na área da saúde 140 milhões provenientes do fundo de financiamento da região norte (FNO). Um investimento que retorna em atendimento à população paraense, defendeu o ministro, que sempre foi paciente da Beneficente Portuguesa.

A ala agora inaugurada, com 12 CTIs (Centro de Tratamento e Terapia Intensiva) e seis apartamentos semi-intensivo, faz parte do primeiro bloco de um total de quatro blocos, denominado “Bloco de Ligação” ligando o atual Hospital Dom Luiz I ao novo Hospital São João de Deus, através de uma passarela aérea (na esquina das vias D. Romualdo de Seixas e Boaventura da Silva) que permite o compartilhamento de vários serviços, como a farmácia hospitalar, lavanderia, cozinha hospitalar, o que garante sustentabilidade para o empreendimento.

A atual capacidade de 277 leitos vai incorporar mais 300 leitos com o novo espaço, além de duplicar a capacidade de sessões de hemodiálise, e dos atuais 26 leitos de UTI passará para 70 leitos de UTI, o que é “uma necessidade da cidade” diz França. Até o início de 2018, mais um bloco deve estar concluído, e até o início de 2019, toda a obra deve estar pronta para iniciar a operacionalização do hospital, que deve dobrar seus atuais 1.100 colaboradores.

Na Beneficente Portuguesa, nascem todos os anos cerca de 5 mil crianças, e todo mês são realizados mais de 60 cirurgias cardíacas, além de uma série de outras especialidades de referência para a região. Mas a maternidade é mesmo o “serviço do coração”, como chama o presidente. O atendimento continua sendo voltado em 60% ao SUS (Sistema Único de Saúde). “Como somos uma instituição filantrópica, temos o compromisso de oferecer 60% dos nossos serviços hospitalares aos pacientes do SUS, que é um desafio para nós” disse o presidente, agradecendo ao apoio do Banco da Amazônia que possibilitou, dentro de um cronograma mais curto para o hospital, a inicialização do projeto.

Durante a inauguração, Luis Sampaio, diretor do Banco da Amazônia, declarou que a instituição pensa em abrir uma agência dentro do complexo do hospital. “Sem dúvida, pelo histórico da Beneficente Portuguesa, pela parceria que tem com o banco e por acreditarmos no projeto deles” é um investimento que se justifica, defendeu.

Segundo o presidente do hospital, a parceria continuará a ser fundamental nos próximos anos. “O negócio com o Banco da Amazônia, e de toda classe política do nosso Estado, tem sido fundamental para viabilizarmos esse empreendimento. Agora estamos tratando com os políticos paraenses uma emenda parlamentar para que possamos adquirir determinados equipamentos para o hospital através de recursos públicos, porque afinal de contas somos um prestador de serviço do SUS, atendemos com gratuidade. Entre as características de um hospital filantrópico, os dirigentes não ganham salário, nós damos o nosso tempo e nosso trabalho em prol da comunidade. É o espírito da filantropia muito trabalhado pelos portugueses desde o início”.

História com luta

Fundada em 1854, a Benemérita Sociedade Portuguesa do Pará é o maior hospital filantrópico do Norte do Brasil, com 163 anos de operação ininterrupta desde a fundação.

Ao Mundo Lusíada, o presidente Francisco França falou sobre a sua história na instituição. “Meu pai foi presidente da Beneficente Portuguesa. E nos anos 90, a Beneficente passou por momentos muito difíceis. Toda vez que eu visitava meu pai no final da tarde, ele começava a chorar, se emocionava dizendo que a Beneficente fecharia. Eu vim até aqui e me ofereci para ser da diretoria”, contou o atual presidente sobre a gestão de Luis Ribeiro, numa altura em que poucos apareciam para reuniões.

Por questão de trabalho saiu de Belém, e retornou à cidade nos anos 2000. “Começamos a trabalhar e quando chegou ao ano 2009, a Assembleia Geral aprovou vender um terreno porque a situação estava crítica. Eu disse que estaria fora”. Ele que foi contra, apostava na recuperação e ampliação do hospital, e no futuro, o terreno daria vida ao novo Hospital São João de Deus. “Depois fui vice-presidente, cheguei a presidente. Passamos toda década dos anos 2010 a 2017 trabalhando muito. Uma instituição beneficente, hospital, filantrópica é muito difícil de administrar”, defendeu elogiando todo um grupo que se manteve firme à frente trabalhando em prol da instituição.

Hoje, a Beneficente Portuguesa é contratada pelos serviços prestados ao SUS. “Além disso, fazemos atendimento em gratuidade. E temos os sócios que são atualmente 586, seis deles são centenários”, diz o presidente mostrando como o hospital cuida bem dos seus pacientes.

O evento terminou com uma bênção no local pelo padre Ivan Chudzik, da Igreja do Rosário, seguido de um farto coquetel luso-paraense.

1 Comment

  1. Em nome da Diretoria da Beneficente Portuguesa de Belém do Pará registro a importância da cobertura jornalística da equipe do Mundo Lusiada ao evento retratando com competência o evento da maior relevância para a Comunidade Portuguesa do Estado do Pará.

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