Internado em SP, Bolsonaro segue com quadro de saúde em evolução

Mundo Lusíada
Com EBC

A paralisia intestinal do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, mostra sinais de regressão, informou boletim médico do Hospital Albert Einstein, divulgado dia 9. Ele foi atingido por uma faca na região abdominal na última quinta-feira, quando participava de uma atividade de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

A equipe médica informou que o quadro de saúde segue em evolução e que a circulação do intestino para o fígado está preservada. Por causa desses avanços na função intestinal, é possível que, nos próximos dias, Bolsonaro volte a se alimentar por via oral. Por enquanto, o paciente mantém jejum, recebendo nutrientes por via endovenosa.

O boletim informa ainda que ele continua recebendo cuidados de fisioterapia, que envolvem caminhadas e exercícios diários. Bolsonaro não tem manifestado dor nessas atividades. Os exames laboratoriais mostram leve anemia decorrente da perda de sangue inicial.

Fazem parte da equipe médica do candidato o cirurgião Antônio Luiz Macedo, o clínico e cardiologista Leandro Echenique e o diretor-superintendente do hospital, Miguel Cendoroglo.

Bolsonaro foi transferido para o Hospital Albert Einstein, na capital paulista, onde deu entrada por volta das 10h45 de sexta-feira. Ele saiu da Santa Casa de Juiz de Fora, em Minas Gerais, onde recebeu os primeiros atendimentos após a facada, e onde passou por cirurgia. O candidato foi transferido para São Paulo a pedido da família.

Portugal também lamentou o ocorrido, através do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, que condenou o ataque ao candidato às presidenciais. “Condenamos veementemente qualquer ataque ou atentado em qualquer circunstância e, por maioria de razão, numa campanha eleitoral, qualquer que seja o candidato e qualquer que seja o país”, disse Augusto Santos Silva.

“Naturalmente que acompanhamos com muita atenção tudo o que se passa no Brasil porque é um país de língua portuguesa, um dos principais aliados de Portugal, onde há uma comunidade portuguesa muito importante residente, mas acompanhamos sempre no respeito escrupuloso pela soberania do Brasil”, acrescentou.

Investigação

Com a quebra do sigilo telefônico e de dados, a Polícia Federal vai aprofundar as investigações sobre Adélio Bispo de Oliveira, que confessou ter esfaqueado Bolsonaro. Ainda não foi revelado quem está pagando os honorários dos quatro advogados que o defendem, Fernando Magalhães, Zanone Oliveira Júnior, Marcelo da Costa e Pedro Possa.

Os advogados disseram que foram contratados por um fiel da igreja Testemunhas de Jeová de Montes Claros, frequentada pela família de Adélio. Em comunicado à imprensa, a igreja Testemunhas de Jeová no Brasil disse que não contratou os advogados e que nem Adélio nem sua família são seguidores da igreja. “Portanto, a declaração do advogado de que foi contratado por Testemunha de Jeová, conforme veiculada pela mídia, não é verídica”, diz a nota.

A Polícia Federal (PF) está investigando se Adélio recebeu ajuda para praticar o ato. Mais duas pessoas, sendo que uma está internada após se envolver em uma briga durante a agressão, são suspeitas de participação no ataque ao candidato.

A investigação vai levantar se Adélio agiu sozinho e como se mantinha na cidade, onde estava hospedado em uma pensão. Ele pagou adiantado R$ 400 pelo maior quarto da hospedagem. A PF poderá rastrear a movimentação de Adélio a partir da quebra de seu sigilo telefônico, autorizada pela juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara Federal de Juiz de Fora.

A magistrada converteu a prisão em flagrante de Adélio em prisão preventiva, sem prazo determinado. O agressor foi transferido para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS), onde está em uma cela individual, para resguardar sua integridade física.

A defesa de Adélio descarta a participação de outras pessoas no ataque a Bolsonaro, inclusive de um mentor intelectual. Os advogados disseram que ele agiu sozinho e de rompante. A ideia de atacar o candidato, segundo a defesa, surgiu três dias antes, e Adélio foi estimulado pelo discurso de Bolsonaro sobre quilombolas.

Mas a família de Jair Bolsonaro tem falado, sem apontar indícios, em “crime premeditado”.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do candidato, disse que ele e o irmão Flávio terão reunião com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rogério Galloro, nesta segunda-feira, sobre um possível reforço de segurança para o pai e para a família do candidato.

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