Fogo queimou cerca de 200 hectares no Parque da Peneda-Gerês

Da Redação
Com Lusa

O incêndio que lavrou desde sábado no Parque Nacional Peneda-Gerês consumiu cerca de 200 hectares, mas os principais esforços de proteção centram-se na Mata do Cabril, disse à Lusa o secretário de Estado da Conservação da Natureza.

“Dentro do território nacional, estamos a falar de uma área entre 150 a 200 hectares de valores ambientais de proteção parcial e complementar”, referiu João Catarino, que tem a pasta da Secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.

“Estamos a fazer tudo para que não chegue à zona de proteção total que é a Mata do Cabril. Aí, sim, temos enormes valores ambientais. É o ‘ex-libris’ daquele parque nacional, que é o único que temos”, declarou, antes do incêndio ser neutralizado neste domingo.

João Catarino indicou que o combate o fogo de Lindoso tem “dificuldade acrescida” por causa do relevo da região, o que tem obrigado a que os esforços sejam essencialmente “manuais, apeados” e com meios aéreos.

O secretário de Estado lamentou a morte do piloto Jorge Jardim, cujo avião de combate às chamas se despenhou no sábado, acidente que provocou ferimentos graves no seu copiloto espanhol.

João Catarino saudou o trabalho das forças de bombeiros, sapadores florestais e do corpo nacional dos agentes florestais.

Na Peneda-Gerês, há cinquenta destes agentes florestais, tutelados pelo Instituto da Natureza e Conservação Florestal, que são “pessoas que vivem no território” e que trabalham durante todo o ano para evitar os incêndios, um modelo que João Catarino defende que deve ser replicado nas outras áreas protegidas.

Pelas 17:45, nove meios aéreos, 160 operacionais e 46 veículos combatiam o incêndio o incêndio entre Portugal e Espanha na freguesia de Lindoso, concelho de Ponte da Barca, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, de acordo com a página da Proteção Civil.

Investigação

O Ministério da Administração Interna determinou à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a abertura de um inquérito ao incêndio que deflagrou no Parque Nacional da Peneda-Gerês, disse fonte oficial.

A fonte, ligada ao MAI, lembrou que, no combate ao incêndio, ocorreu um acidente com uma aeronave portuguesa de combate ao fogo, que provocou na morte do piloto.

Em relação ao inquérito ao acidente com o ‘Canadair’ despenhado, fonte da investigação disse à Lusa que é da responsabilidade de Espanha.

Devido ao facto de o acidente ter acontecido em território de Espanha, fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) explicou à Lusa que são as autoridades espanholas que têm a responsabilidade e a competência para desenvolver a investigação.

Inicialmente pensava-se que a aeronave tinha caído em território nacional, mas a ANEPC indicou que o acidente “ocorreu em território espanhol, um a dois quilômetros da fronteira portuguesa”.

O GPIAAF explicou que deslocou uma equipa para o local porque, quando recebeu a notificação do acidente, ainda não se sabia que o mesmo tinha acontecido em território espanhol, acrescentando este organismo que está a colaborar com a sua congênere espanhola.

O piloto, de nacionalidade portuguesa, de 65 anos, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em “estado grave” para o Hospital de Viana do Castelo.

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