Carnaval de Ovar mantém-se “genuíno e português”

Figurantes desfilam durante o grande corso do Carnaval de Ovar, 11 de fevereiro de 2018. PAULO NOVAIS/LUSA

Da Redação
Com Agencias

O Carnaval de Ovar à rua com tempo nublado e alguma chuva, mas ainda assim com as bancadas de 4.100 lugares sentados esgotadas, para um desfile que tem a reputação de “genuíno” e “mais português”.

O presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro, assume que “é sempre um impasse muito grande” quando há que decidir se o desfile se realiza ou é cancelado devido às condições climatéricas, mas revelou que todos os grupos se mostraram empenhados em concretizar a festa quando auscultados sobre os efeitos do tempo no seu desempenho.

A venda de bilhetes para espectadores apeados ressentiu-se um pouco, mas a bancada de lugares sentados estava “completamente cheia há muitos dias”, para o que terá contribuído o carisma próprio dos carros alegóricos concebidos em Ovar, a complexidade dos trajes dos figurantes e a escolha de temas sempre de humor popular, evitando ferir suscetibilidades políticas.

“O nosso Carnaval é um modo de vida porque as pessoas de Ovar vivem-no como ninguém – não só nesta época, mas durante todo o ano – e hoje é o culminar desse trabalho ao longo de oito meses”, avalia Salvador Malheiro. “Não quer dizer que o nosso Carnaval seja melhor ou pior do que os outros – só que é o nosso, genuíno, sem copiar ninguém”, defende.

Rita Castro é do Porto, foi assistir ao cortejo com amigos da Maia e concorda com o autarca de Ovar: “Este Carnaval tem um cunho mais português. Não é só de samba e encontramos sempre corsos um bocadinho diferentes, em que se nota muita criatividade – e então há que apoiar quem é criativo”.

Com um orçamento na ordem dos 700 mil euros, o Entrudo de Ovar envolve cerca de 2.000 figurantes em representação de 14 grupos carnavalescos, seis de ‘passerelle’ e quatro escolas de samba.

Ao longo de um mês, o evento integra mais de 30 iniciativas, sendo que, até ao grande corso da próxima terça-feira, a programação inclui ainda o concerto de Bailarico Som Sistema e Ena Pá 2000 à noite, e, na segunda-feira, a chamada “Noite Mágica” de entrada livre, com milhares de foliões em festa no centro pedonal da cidade.

Mealhada

Já a organização do Carnaval na Mealhada, que cancelou o corso previsto para a tarde de domingo devido à chuva, promove um “adicional desfile noturno inédito” na segunda-feira, igualmente pelas ruas da cidade.

Entretanto, sublinha a Associação, mantém-se, como previsto, o corso carnavalesco de terça-feira, cujo início está agendado para as 14:30.

“Apesar de a chuva ter parado momentaneamente, esse período de tempo não teria sido suficiente para a realização total do corso carnavalesco”, acrescenta Alexandre Oliveira, citado pela ACB.

Sobre os bilhetes para o desfile cancelado, estes podem ser trocados, até ao final do dia, nos locais onde foram adquiridos ou utilizados para o desfile noturno de segunda-feira, esclarece a organização.

A edição deste ano do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada conta com o ator brasileiro Vítor Hugo, da novela “Herdeira” e com a modelo Raquel Loureiro como reis do certame.

Os festejos do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada regressaram em 2017 ao “centro da Mealhada, depois de vários anos a realizarem-se fora do centro” da cidade (em favor do Sambódromo Luis Marques), onde se mantém este ano devido ao “sucesso do ano passado”.

Torres Vedras

Um mar de gente esteve na segunda noite de folia no tradicional carnaval de Torres Vedras. Cerca de 2200 pessoas, em representação de 41 grupos de mascarados, abriram o primeiro Corso Noturno de 2018.

Medusas, cavalos-marinhos, anémonas, pinguins, polvos, tubarões, sereias, alforrecas, caranguejos, piratas e pescadores, desfilaram por ruas cheias de foliões ao rubro. No corso esteve também um grupo internacional, vindo de Wellington, cidade inglesa geminada com Torres Vedras.

E depois do primeiro Corso Noturno do Carnaval torriense, todos os caminhos foram dar aos 4 palcos instalados na cidade, com especial destaque para o Palco da Praça Dr. Alberto Avelino, no Choupal, inaugurado nesta segunda noite de folia.

“Mares e Oceanos” é o tema desta edição e durante estes 6 dias de festa toda a fauna e flora aquática possível e imaginária encontra-se na cidade.

Os 8 carros alegóricos produzidos para esta edição do Carnaval de Torres foram finalmente conhecidos e não desiludiram ninguém: foram autênticas naus cravejadas de “piratas” da política nacional, com a geringonça a navegar e a oposição à deriva; “surfistas” de desportos milionários, com Ronaldo, Messi e Neymar a jogar um futebol de milhões; e “tubarões” que são líderes internacionais, com uma cadeia alimentar em que o Zé Povinho tenta escapar de Merkel, Juncker, e até de António Costa.

Depois de terem reunido com o presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Ana Paula Vitorino, Ministra do Mar, e Eduardo Cabrita, Ministro da Administração Interna, rumaram ao Palácio Real, onde puderam cumprimentar Suas Altezas os Reis do Carnaval e seguir para a entrega de prêmios.

No exterior, o carnaval Torres Vedras também foi sucesso. “O Carnaval português goza com Putin, Trump e Kim” foi o título que a agência noticiosa britânica Reuters deu a matéria que dedicou ao Carnaval da cidade.

Funchal

Onze trupes encheram, no sábado, de cor e folia, luz e batucada, ritmo e alegria as avenidas marginais do Funchal, onde se encontravam milhares de pessoas para assistir ao cortejo alegórico de Carnaval, um dos maiores cartazes turísticos da Madeira.

“Eu acho que as expectativas foram excedidas”, afirmou o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, um dos milhares de espetadores que encheram a Avenida Sá Carneiro e a Avenida do Mar de ponta a ponta para assistir ao desfile.

Cerca de 1.500 pessoas, divididas por onze trupes, participaram na marcha carnavalesca subordinada ao tema “600 anos de alegria”, integrada nas comemorações dos 600 anos da descoberta do arquipélago da Madeira, que se assinala em 2019.

O executivo madeirense investiu este ano cerca de 300 mil euros nas festividades, onde o ponto alto foi, precisamente, o cortejo alegórico da noite de sábado.

Estamos com uma ocupação [hoteleira] de 82% e acho que é muito importante continuarmos a promover este tipo de eventos para a Madeira ter mais um ano recorde”, disse Miguel Albuquerque, que no começo do desfile não estava disfarçado, mas a certa altura colocou um chapéu de três pontas na cabeça, dizendo que lhe ficava bem o disfarce de pirata.

As avenidas marginais da capital madeirense ficaram repletas de confeites e serpentinas, mas a Câmara Municipal do Funchal organizou uma operação de limpeza, que decorre até às 03:00 horas e conta com 70 trabalhadores e 17 viaturas.

Na terça-feira irá realizar-se o Cortejo Trapalhão, que é considerado o mais autêntico e o que melhor espelha a tradição da época para os madeirenses.

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