Governo britânico inclui Portugal na lista de países com “corredores de viagem”

Da Redação
Com Lusa

O governo britânico incluiu Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19.

“Os dados também mostram que agora podemos adicionar Portugal aos países INCLUÍDOS nos corredores de viagens”, disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps, através da rede social Twitter.

Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

“Como acontece com todos os países de ponte aérea, esteja ciente de que as coisas podem mudar rapidamente. Viaje apenas se estiver satisfeito com a quarentena inesperada de 14 dias, se necessário”, salientou Shapps, falando por experiência própria, pois teve de ficar 14 dias em isolamento ao voltar de férias em Espanha.

A imprensa britânica tem especulado sobre a possível remoção da Grécia e Suíça da lista dos “países seguros” devido ao aumento do número de infeções naqueles países, mas o anúncio de hoje do ministério dos Transportes não mencionou estes países europeus.

Portugal junta-se assim a um grupo reduzido de países que foram adicionadas à lista de “corredores de viagem” com o Reino Unido desde meados de julho, que incluem a Estônia, Letônia, Eslováquia, Eslovênia, o arquipélago de São Vicente e Granadinas, Brunei e Malásia.

O ministro dos Transportes, Grant Shapps, explicou na semana passada que os países com mais de 20 casos por 100.000 habitantes numa média móvel ao longo de sete dias passam a ser considerado de risco, mas que abaixo deste valor são considerados seguros.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, Portugal tem vindo a registrar um decréscimo no número de infecções, tendo registrado 27,8 casos por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas.

O Reino Unido introduziu a necessidade de auto-isolamento por 14 dias a todas as pessoas que cheguem do estrangeiro ao Reino Unido em 08 de junho para evitar a importação de infeções, mas um mês depois isentou cerca de 70 países e territórios, considerados de baixo risco.

A isenção de quarentena é acompanhada com a mudança do conselho do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) contra as viagens não essenciais para aqueles destinos, importante para efeitos de seguro de viagem.

Portugal, tal como a Suécia e Estados Unidos, esteve sempre fora da lista britânica dos destinos seguros, decisão que o governo português questionou por considerar não ser “baseada nos fatos e nos números que são públicos”.

O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado cerca de 20% do total em 2019.

O Reino Unido registrou até agora 41.403 mortes, o número mais alto na Europa e o terceiro maior no mundo atrás dos EUA e Brasil.

Em Portugal, morreram 1.788 pessoas das 54.992 confirmadas como infectadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Fim da quarentena

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, a decisão entra em vigor às 4h00 do próximo sábado, dia 22 de agosto.

“Isto significa que a partir desta data todas as viagens para Portugal são consideradas seguras pelo Governo britânico e nenhuma pessoa, chegando ao Reino Unido proveniente de Portugal, ficará sujeita à obrigação de um período de quarentena”, destacou Santos Silva.

A decisão ainda deve permitir “repor a habitual mobilidade de pessoas entre Portugal e o Reino Unido, qualquer que seja o motivo das deslocações: turismo, exercício de atividades profissionais, motivos familiares, realização de estudos, intercâmbio acadêmico ou outras”.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infectou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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