Governo português revê em alta taxa de inflação para 5,1% este ano

O ministro das Finanças, Fernando Medina, intervém na conferência de imprensa de apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2023, em Lisboa, 10 de outubro de 2022. O ministro das Finanças afirmou hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2023 se caracteriza pela estabilidade, ao basear-se num acordo de concertação social para quatro anos, e com contas certas. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Da Redação com Lusa

A taxa de inflação vai cair para 5,1% este ano, acima dos 4% estimados em outubro, antes de se reduzir para 2,9% em 2024, prevê o Governo no Programa de Estabilidade (PE) hoje apresentado.

O cenário macroeconômico do PE para o período 2023-2027, que o executivo português submete à Comissão Europeia e ao parlamento, prevê uma trajetória descendente do Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor (IHPC).

No entanto, os 5,1% para este ano significam uma revisão em alta face aos 4% previstos em outubro no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), e comparam com os 5,5% apontados pelo Banco de Portugal (BdP) e os 5,9% pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Já entre as principais instituições econômicas internacionais, a Comissão Europeia prevê uma taxa de 5,4%, o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 5,7% e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 6,6%.

PIB

O Governo reviu hoje em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa deste ano para 1,8%, ligeiramente acima dos 1,3% previstos em outubro, anunciou o ministro das Finanças.

O cenário macroeconómico do Programa de Estabilidade aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,8%, o que significa uma melhoria face à previsão de outubro, subjacente ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

A previsão compara com os 1,8% apontados pelo Banco de Portugal (BdP), fixando-se acima dos 1,2% apontados pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) e dos 1% da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O rácio da dívida pública vai reduzir-se para 107,5% este ano e fixar-se abaixo dos 100% em 2025, segundo as previsões macroeconômicas.

O cenário macroeconómico do PE para o período 2023-2027, explicado hoje em conferência de imprensa pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, revê em baixa a previsão do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), quando apontava para peso da dívida pública de 110,8% este ano.

O Ministério das Finanças prevê agora que o rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) caia de 113,9% em 2022 para 107,5% este ano e para 103% em 2024, baixando para 99,2% em 2025.

Para 2026 prevê um rácio de 95,6% e para 2027 de 92%, o que significa uma redução de 22 pontos percentuais (p.p.) entre 2022 e 2027.

A previsão para este ano fixa-se abaixo dos 109,2% previstos pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) e dos 109,9% estimados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), bem como os 112,4% do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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