Assembleia Geral de destituição marcada e Bruno de Carvalho admite impugnação

Mundo Lusíada
Com Lusa

Na quinta-feira, o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, convocou uma reunião com o Conselho Fiscal, também demissionário, e o Conselho Diretivo. Após três horas de reunião foi decidida a marcação de uma Assembleia Geral para a destituição dos órgãos sociais do Sporting para 23 de junho próximo.

O presidente do clube, Bruno de Carvalho, considerou a marcação da assembleia uma “bomba atômica” e duvida que esta venha a se concretizar, e disse que este ato coloca em risco compromissos a curto prazo do Sporting, não tendo em conta os superiores interesses do clube.

“Jaime Marta Soares acabou de lançar a bomba atômica. Esta bomba atômica, que vai ser por nós desmontada o mais rapidamente possível, porque está cheia de irregularidades, apenas serviu para lançar o pânico, para parar o empréstimo obrigacionista e para perturbar o arranque da época”, afirmou, considerando que a reunião de quinta-feira “parecia um grupo de pessoas a falar para autômatos, que já tinham a opinião formada, sabe-se lá por quê ou por quem”.

Dizendo que vive um dos dias mais tristes desde que chegou ao Sporting, Bruno de Carvalho considerou que a única solução seria recuar um passo no processo de destituição e acusou Jaime Marta Soares de afirmar ter um abaixo-assinado para a marcação da assembleia geral, mas que este nem uma das mil assinaturas necessárias terá mostrado.

“Neste momento, só há um objetivo: derrubar o presidente e todos os órgãos da direção. Se estes senhores não fizessem o que fizeram hoje, daqui a duas semanas só teriam coisas boas nas capas dos jornais. Eles estão a cair na vergonha. O tempo passa. São mentiras atrás de mentiras. Não há novidades”, salientou.

É exatamente por este motivo que Bruno de Carvalho pretende fazer três sessões de esclarecimento aos sócios, deixando várias questões no ar e uma certeza.

“Se somos tão tóxicos para o Sporting, porque é que nos dão 60 dias para ficar? Nós não somos políticos. O presidente da MAG é que é político. Nós estamos cá para servir o Sporting”, referiu o dirigente, acrescentando: “Uma comissão de gestão vinha fazer o quê? Vender os jogadores ao desbarato? Garantimos aos sportinguistas que o Sporting não vai ser tomado de assalto por advogados ou empresários.”

Em relação à eventual candidatura à presidência do Sporting de Frederico Varandas, que era o responsável pelo departamento médico do clube e anunciou na quinta-feira a demissão, Bruno de Carvalho foi taxativo e comparou-a com o percurso militar que não teve.

“Fui colocado na reserva territorial. Não fiz serviço militar, mas tenho mais honra militar que alguém que apareceu hoje e que diz que é militar. Nunca se abandona um companheiro em cenário de guerra e muito menos se passa para o lado do inimigo”, rematou.

Aliás, em relação ao futebol profissional, questionado se conta com Jorge Jesus no comando técnico do plantel principal de futebol na próxima época, Bruno de Carvalho não quis responder. Quanto ao plantel profissional, o dirigente considera não haver motivos para rescisão por justa causa por parte dos futebolistas.

“Hoje houve uma pessoa (Frederico Varandas) que disse que está nas suas mãos não haver rescisões. Se assim é não há justa causa”, observou.

Crise

A crise que se vive no Sporting iniciou-se no dia 15 de maio, quando cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de corrupção em resultados em jogos de handebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete suspeitos, incluindo o ‘team manager’ do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.

De seguida realizaram-se duas reuniões entre a Mesa e membros do Conselho Fiscal com o Conselho Diretivo, que culminaram com a decisão anunciada por Jaime Marta Soares.

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