Em parceria com Senai e Fiesp, Sipan-Aipan oferece agora curso de 800 horas de treinamento no setor de panificação, através do projeto Melhor Aprendiz.
Por Vanessa Sene
Mundo Lusíada
Na noite de 07 de julho, o Sindicato da Indústria de Panificação do Grande ABC (Sipan) e a Associação da Indústria de Panificação (Aipan), reuniram um grande público para o seu jantar anual, no Clube Atlético Aramaçan em Santo André. Cerca de 1.500 convidados, de acordo com a organização, estiveram presentes nesta noite, que contou com show da dupla sertaneja Chrystian & Ralf.
Para o presidente do Sipan, Antonio Carlos Henriques, o setor da panificação na região do ABC vem dando uma “guinada” para melhor. Ao público presente, Henriques divulgou a recente parceria fechada entre o sindicato e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em cursos que ensinam a fazer pão, “sem saber nada”, completa. “Hoje temos cursos que trabalhamos 100 horas de treinamento. Mas esses cursos são 800 horas de treinamento, incluindo o trabalho na padaria, então a pessoa aprende trabalhando”.
Para Henriques, este é um grande avanço da área de panificação, que muitas vezes sofre com a falta de mão de obra especializada, e cada padaria se preocupava com o treinamento do seu funcionário. Com o curso sendo oferecido pelo Senai e Fiesp, as padarias poderão contar com outro recurso, neste projeto Melhor Aprendiz. “Até então, não tinha um curso de longa duração. E nós, através do Senai e Fiesp, conseguimos ter este tipo de trabalho na entidade. Isso já mostra a importância do setor de panificação”.
O setor vem amadurecendo, encontrando sozinho os seus próprios caminhos, e agora sem esperar cooperação de políticos da região. Segundo declarou Carlos Henriques, antigamente o dono de padaria tinha a impressão de que poderia resolver seus problemas se tivesse a atenção de um deputado ou vereador. “Nós chegamos à conclusão de que não é verdade, precisamos de algo mais para resolver nossos problemas. Temos que ter a força do setor, e não a força de uma [única] padaria. É hora de nos unirmos para resolver nossos problemas de verdade. E não apenas ouvir que vai resolver” declarou ao Mundo Lusíada.
A explanação foi feita também ao público presente, no palco, contando com a presença de figuras políticas da região. Estiveram presentes nesta noite o vice-prefeito de São Bernardo do Campo, Frank Aguiar, o deputado estadual Orlando Morando, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, entre outros.
Para Antonio Carlos Henriques, o setor no ABC é um dos mais fortes no Brasil. “Temos padarias ótimas, com produtos excelentes, e nós temos vanguarda no setor da panificação na região”.
É o que declara também Manuel Merlin, presidente da Aipan, que juntamente com Henriques tem bastante experiência à frente da entidade. “O industrial da panificação está se modernizando, e está conquistando clientes perdidos para outros mercados. Ele está se atualizando, reformando as padarias, e isso conquista o cliente porque hoje a padaria é também uma pizzaria, restaurante, é um ponto de encontro da família brasileira”.
Jantar Dançante
Grande público esperou ansioso pelo show da atração principal da noite. De acordo com o presidente Antonio Henriques, a vinda desta dupla sertaneja era um sonho antigo do sindicato. “Chrystian & Ralf era um sonho antigo. Já havíamos tentado antes, não conseguimos por um problema de palco. Agora conseguimos realizar este sonho antigo que era trazê-los para cantar numa das maiores festas de panificação de São Paulo e do Brasil”.
Além da atração especial, o evento contou com cerca de dez patrocinadores e sorteou um carro entre os panificadores presentes. Atualmente, as entidades dirigentes do ABC contam com aproximadamente 400 padarias filiadas.
“A cada ano a festa melhora porque a cada ano nós e nossas entidades oferecemos mais serviços, cursos técnicos, aperfeiçoamento aos panificadores. Isso faz com que o panificador esteja junto conosco” disse Manuel Merlin, citando ainda que a mensalidade cobrada ao sócio não fica na associação, e sim, é retribuída ao panificador.
“Estou muito feliz. Quando iniciamos este evento, achávamos que não teríamos o público planejado, e me surpreendeu positivamente” finalizou Henriques.