Programa de investimento da diáspora é sinal de valorização das comunidades, diz Governo

Da Redação
Com Lusa

O Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), que foi aprovado em agosto, dá “um sinal” de que Portugal “valoriza o sucesso” das suas comunidades, segundo a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.

“Pretendemos que os nossos emigrantes e lusodescendentes possam vir investir em Portugal”, afirmou a governante, na abertura de uma sessão sobre investimento na conferência do Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS), a decorrer de forma virtual.

O PNAID criou o estatuto do investidor da diáspora, que permite aceder a incentivos fiscais e fundos comunitários, e está disponível para emigrantes, lusodescendentes e cidadãos que têm direito à nacionalidade portuguesa.

“Muitas vezes as pessoas querem investir e têm um problema: não sabem como devem fazer, não sabem que apoios existem em Portugal e este programa pretende dar essa informação”, disse Berta Nunes, explicando que um dos próximos passos será lançar um portal com os dados necessários, que deverá estar pronto dentro de um mês.

De acordo com a secretária de Estado, um dos objetivos do PNAID é aumentar a coesão territorial, incentivando ao investimento no interior do país.

“Pretendemos identificar os obstáculos ao investimento”, disse a responsável, acrescentando que o programa inclui um trabalho com as autarquias para facilitar o processo.

“Estamos a trabalhar para criar uma rede interna dos gabinetes de apoio ao emigrante nas câmaras municipais, para lhes dar formação e capacitá-las para que o investidor que vai investir num concelho do interior ou num concelho do litoral possa ter localmente na sua câmara municipal um gabinete que lhe dê um apoio mais próximo”, descreveu.

A proposta não é apenas para indivíduos, podendo beneficiar empresas desde que 50% do capital social esteja em nome de um investidor português.

Berta Nunes explicou também que o programa trabalha com micro, pequenos e médios investimentos e que o executivo está a trabalhar com as câmaras de comércio para divulgar a informação e dar apoio aos investidores da diáspora.

“Além das remessas, nós sabemos que os nossos emigrantes já investem em Portugal. O que queremos com este programa é ajudá-los a investir melhor e dar mais visibilidade a esse investimento”, realçou.

Na sua intervenção, a governante revelou ainda que o programa Regressar, para emigrantes que queiram voltar ao país, vai ser “reavaliado” e “vão surgir novas medidas, uma das quais é o apoio à criação do próprio emprego para o investidor da diáspora”.

Outra medida será o alargamento do acesso às 3.500 vagas para lusodescendentes no ensino superior em Portugal.

“Vamos fazer um alargamento da medida para emigrantes e lusodescendentes”, explicou Berta Nunes, referindo que jovens que até aqui não tinham conseguido candidatar-se – de 4ª geração, por exemplo – poderão fazê-lo.

A apresentação da secretária de Estado foi feita na abertura de um painel sobre como investir em Portugal e que instrumentos são disponibilizados pelo governo, onde falaram a coordenadora do PNAID, Cristina Coelho, a consultora da GLX LTM and Associates, Julia Berkeley Cotter, o cofundador da Pico Investments Stephen Maciel, o diretor de dinamização comercial do Millenium BCP, Vítor Martins, e o diretor de relações internacionais da Caixa Geral de Depósitos, Rodolfo Lavrador.

A conferência da PALCUS decorre até quarta-feira, 21 de outubro, de forma virtual por causa da pandemia de covid-19. O embaixador de Portugal nos Estados Unidos, Domingos Fezas Vital, fará declarações na sessão de encerramento.

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