Comissão Europeia libera ajuda de 1,5 milhão de euros a Portugal após incêndios

Da Redação
Com agencias

A Comissão Europeia liberou 1,5 milhão de euros a Portugal por meio do Fundo de Solidariedade da União Europeia. O montante corresponde a 10% dos 15 milhões de euros solicitados pelo governo português como auxílio emergencial para reconstrução das cidades e operação de limpeza dos terrenos causados pelos incêndios de junho, julho e agosto. Este ano, cerca de 100 pessoas morreram devido às chamas.

“Estamos profundamente solidários com Portugal, com os seus habitantes e com os que de forma corajosa e incansável lutam contra as chamas. Desde junho, a União Europeia tem vindo a fazer o máximo possível para ajudar as autoridades portuguesas a conter e vencer os incêndios. Iremos apresentar propostas nesse sentido no final do mês”, afirmou a comissária de Política Regional, Corina Creu.

Em outubro, apesar de o país já ter passado pelo período crítico de incêndios, mais de 500 focos deixaram dezenas de mortos e feridos e centenas de pessoas desalojadas. Após esses episódios, o país solicitou uma ajuda financeira ainda maior. A Comissão Europeia vai analisar o segundo pedido apresentado pelas autoridades portuguesas. O apoio financeiro vai contribuir para restabelecer as infraestruturas e os serviços públicos afetados pelos incêndios, assim como para cobrir os custos da ajuda de emergência e das operações de limpeza.

App de alerta

A empresa portuguesa PH Informática está, desde abril, à espera de ser recebida pelo Governo para apresentar um novo sistema que permite ao cidadão comum detectar precocemente um incêndio e, através de uma aplicação móvel, comunicá-lo às autoridades.

Presente na Web Summit com expectativa de estabelecer contatos com governantes portugueses, o presidente executivo da PH Informática, Hugo Dias, disse à Lusa ter uma “estratégia muito útil” para propor ao Governo na prevenção dos incêndios e ajudar a evitar que se repitam as tragédias deste ano. “Começamos a aprofundar esta estratégia ainda antes das catástrofes deste ano e pedimos, em abril, uma reunião com o Governo para apresentar o nosso projeto, mas até hoje ainda não obtivemos resposta”, lamentou Hugo Dias.

A Plataforma Inovadora para Detecção Precoce de Incêndios florestais consiste numa aplicação que permite a qualquer pessoa que detecte um foco de incêndio, ou aviste fumo, registrá-lo através do telemóvel e, em três segundos, enviar a informação e as coordenadas da localização para as autoridades distritais.

“As pessoas agora estão muito atentas e querem ajudar, então, qualquer pessoa pode ser vigilante e ajuda as autoridades a terem o local exato da ignição, porque a única forma de combater eficazmente um incêndio é se for detetado logo cedo”, explicou Hugo Dias.

O grande objetivo da empresa é que o Governo acolha a ideia, mas, se não tiver sucesso, o responsável garante que o projeto não ficará na gaveta. “Pelo menos que nos oiçam. Nem que depois nos digam que a estratégia não passa por aqui, mas ao menos que vejam o que temos. Uma coisa é certa, se não conseguirmos que a ideia fique no nosso país, já temos contatos em Espanha, mas não me passa pela cabeça que não nos recebam, pelo menos”, adiantou.

Além disso, acrescentou, o sistema é “bem mais econômico em relação a, por exemplo, o dinheiro gasto nos ‘drones'”. “O Governo gastou quase seis milhões de euros em 30 e tal ‘drones’ com sensores de calor para detectar incêndios, mas a nossa proposta, que é realmente eficaz, não tem, nem de perto nem de longe, esses valores”, sustentou.

Hugo Dias sabe que as tragédias de Pedrógão Grande e de outubro despertaram mais a consciência das autoridades e, por isso, tem “grandes expectativas”. O sistema que, por enquanto, quer ficar em Portugal, admite, na próxima edição do Web Summit, em 2018, ter como objetivo a internacionalização.

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