Universidade do Algarve atribui prêmio a acadêmico brasileiro por obra sobre Amazônia

Da Redação
Com Lusa

A Universidade do Algarve (UAlg) atribuiu nesta quinta-feira ao acadêmico brasileiro Paulo Henrique Faria Nunes o prêmio Manuel Gomes Guerreiro, no valor de 10 mil euros, por uma obra sobre a Amazônia.

Na obra “A Institucionalização da Pan-Amazônia”, o professor universitário aborda o tema da cooperação amazônica à luz das Relações Internacionais e do Direito, tentando apontar soluções para a promoção de um maior diálogo entre os vários países que integram o território.

Em declarações à Lusa, à margem da entrega do prêmio, que coincidiu com a sessão que assinalou dos 40 anos da UAlg, o autor considerou a sua atribuição como “um grande reconhecimento”, cujo valor é “muito simbólico”, sobretudo, por ser um prêmio atribuído em Portugal a um acadêmico brasileiro.

Segundo Paulo Nunes, a forma como os vários governos conduzem os problemas do território, que ocupa 50% do Brasil, nem sempre é a mais indicada, havendo ainda o problema de se tratar de uma zona muito pouco habitada e que os próprios brasileiros mal conhecem.

“Há mais brasileiros a viajar para a Europa do que para a Amazônia”, resumiu, notando que a Amazônia é “uma questão secundária para o desenvolvimento de políticas” por parte dos vários países que partilham aquele território, referindo que é preciso promover o diálogo entre todos.

Por outro lado, o professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás defendeu que é preciso mudar o modelo de exploração econômico da Amazônia, que é todo virado para o setor primário, nomeadamente a extração de madeira e de minérios.

“É um cenário que leva obrigatoriamente a haver diálogo e tanto os governos precisam de estabelecer esse diálogo, como buscar parcerias com a sociedade internacional para a discussão e implementação de soluções”, concluiu.

Paulo Henrique Faria Nunes é graduado em Direito, mestre em Geografia e doutor em Ciências Políticas e Sociais.

Esta é a primeira edição do prêmio batizado com o nome do primeiro reitor da UAlg, Manuel Gomes Guerreiro, e cujo objetivo é distinguir uma obra ou tese de doutoramento que contribua para o desenvolvimento científico numa das áreas de conhecimento da universidade.

O júri decidiu ainda atribuir uma menção honrosa a Daniel Henrique Alexandre Santana pela obra “Diogo Tavares e Ataíde”, tendo em conta o seu contributo para a divulgação do trabalho artístico do arquiteto e mestre canteiro algarvio mais importante do século XVIII.

O prêmio de caráter anual, organizado pela Universidade do Algarve, com o patrocínio das Câmaras de Faro e Loulé, foi entregue pelas três instituições.

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