Presidente viaja de caminhão entre Lisboa e Porto para conhecer problemas dos caminhoneiros

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, após um almoço num restaurante, na IC2, um encontro/almoço com membros da Associação “Motoristas do Asfalto”, durante viagem de Lisboa ao Porto de caminhão. SÉRGIO AZENHA/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Presidente de Portugal iniciou no fim da manhã do dia 21 uma viagem de caminhão entre Lisboa e Porto para conhecer os problemas dos caminhoneiros de longa distância, acompanhado ao longo de todo o trajeto pela comunicação social.

“Não há nada como conhecer. É isso que eu vou tentar fazer hoje”, declarou aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa partiu do Terminal de Carga Aérea do Aeroporto de Lisboa num caminhão de transporte de mercadorias da empresa TMP, conduzido por Fernando Frazão, fundador e presidente da associação “Motoristas do Asfalto”, com quem já tinha estado em dezembro, na Mealhada.

Uma equipe da TVI seguiu com o chefe de Estado no interior da cabine, onde também estavam instaladas no tablier três pequenas câmaras de vídeo, para depois dar a vez à CMTV, à Rádio Quinta do Conde, à RTP, à SIC e a outros órgãos de comunicação social, ao longo do percurso pela Estrada Nacional n.º 1.

À chegada, o Presidente da República disse estar cumprindo uma promessa que fez no dia 18 de dezembro a Fernando Frazão, de que “logo que pudesse faria o percurso Lisboa-Porto, para ver como era” e tentar “perceber um bocadinho os problemas” dos “camionistas” de longa distância.

Dirigindo-se para Fernando Frazão, Marcelo Rebelo de Sousa declarou-se “preparadíssimo” para a viagem e comentou: “Temos é de mudar muitas vezes de jornalistas, já sabe? Entram, saem, entram, saem”.

O chefe de Estado almoçou com outros membros da associação “Motoristas do Asfalto” em Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra. A segunda metade do trajeto foi feita com Alexandrina Santos ao volante, uma caminhoneira que o presidente também conheceu no dia 18 de dezembro, na Mealhada.

Esse encontro aconteceu na semana em que estavam convocadas na Internet para vários pontos do país manifestações inspiradas no movimento dos “coletes amarelos”, na França, que tiveram fraca adesão em Portugal.

Relatos

Alexandrina está nesta profissão há quase 20 anos e conduz sempre sozinha, em viagens que podem ter como destino a Holanda, Bélgica, Inglaterra e Alemanha.

Ao Presidente da República, disse que será uma entre 50 camionistas mulheres que conduzem sozinhas em Portugal, deparando-se com alguns problemas como o fato de encontrar muitas vezes parques apenas com duches nas casas de banho para homens.

Ao longo das quase duas décadas de trabalho, já contabilizou alguns “sustos”, nomeadamente de tentativas de furto de gasóleo, em paragens para veículos pesados.

“Em alguns sítios, sinto-me insegura”, confessou a camionista natural de Torres Vedras, que cresceu ao lado de uma estrada nacional.

Foi na sua terra natal que descobriu a paixão pelos camiões: “Sempre que passava um dizia que, quando fosse grande, queria ser camionista. Nem é preciso dizer o que a minha família me dizia”.

Na chegada à portagem dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, o Presidente da República prometeu a Alexandrina que não vai esquecer as necessidades das mulheres caminhoneiras.

Na portagem dos Carvalhos, aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa falou dos problemas que observou, como o piso degradado em algumas estradas municipais, das bermas e de como a ausência destas pode dificultar ou ser fatal para os peregrinos.

“Se há uma lógica que é privilegiar as [estradas] nacionais para pesados ou criar condições de tal forma caras nas autoestradas que os convidem a isso, então tem que se olhar para o piso das nacionais”, afirmou o chefe de Estado.

Depois, voltou a despedir-se de Alexandrina Santos, camionista há 20 anos que, em declarações à agência Lusa, disse que “foi ótimo conversar com o Presidente da República” porque, com ele, “a conversa flui naturalmente”.

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