Aguardente vínica pode ser solução para problemas da Região Demarcada do Douro

Da Redação
Com Lusa

Pinhao, uma das adeias que fazem parte do Alto Douro Vinhateiro. Foto: ESTELA SILVA / LUSA

 

A Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) apresentou aos deputados da Assembleia da República a “exclusividade da produção da aguardente vínica na Região Demarcada do Douro” como essencial para resolver a “grave crise” que atravessa. “Entre as medidas estratégicas a tomar, destacamos a importância de se garantir a exclusividade da produção de aguardente à Região Demarcada do Douro”, disse o presidente da CIM Douro.

José Cascarejo, também presidente da Câmara de Alijó, falava na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, onde a CIM Douro foi ouvida a pedido do PCP, em 08 de maio.

Os representantes da CIM Douro apresentaram aos deputados um estudo que fizeram, em resposta a um desafio lançado pelo secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, no qual consta um “conjunto de ideias que visam revolver a grave crise que afeta, sobretudo, pequenos e médios produtores”.

Segundo o presidente da Câmara de Peso da Régua, Nuno Gonçalves, vogal na CIM Douro, a produção de aguardente vínica “vai permitir escoar o excedente e dizer aos lavradores que terão um rendimento justo pelo trabalho nas suas vinhas”.

Nuno Gonçalves defendeu ainda que a aguardente vínica iria dar “novas competências” à Casa do Douro, que continua a ser “uma grande instituição e não se deve deixar cair”. A Casa do Douro “podia fazer a gestão da produção e distribuição de toda a aguardente vínica e regulamentar o funcionamento das adegas cooperativas”, afirmou.

A recuperação das adegas cooperativas e um novo modelo de gestão é outra das propostas da CIM Douro, bem como o regresso de um interposto comercial a Vila Nova de Gaia.

O presidente da CIM Douro, José Cascarejo, criticou ainda a decisão do Governo de alterar os estatutos do Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP), afirmando que aquele organismo “vai de mal a pior”.

Afirmando estar em “desacordo com o que o Governo fez”, José Cascarejo disse que o IVDP deve “representar os comerciantes e os produtores e promover o vinho lá fora, onde for necessário”. “Não estamos aqui a brincar. Não temos questões político-partidárias. Ou querem ouvir o que o território tem a dizer ou não. Isto (alteração dos estatutos) acrescenta problemas aos já existentes”, frisou.

Por seu lado, Nuno Gonçalves disse que os autarcas da região “não foram consultados” quanto às alterações dos estatutos do IVDP, que vão “contra as [suas] perspetivas, que era tirar o peso do Estado do instituto para agilizar procedimentos”.

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