Vírus: Quatro companhias aéreas africanas cancelam voos para a China

Da Redação
Com Lusa

As companhias aéreas de bandeira do Quênia, Ruanda, Madagáscar e das Ilhas Maurícias suspenderam nesta sexta-feira temporariamente os voos para a China, devido ao surto de pneumonia causada por um novo coronavírus, que causou já 213 mortes.

Em comunicado, a Kenya Airways anunciou o cancelamento dos seus voos entre Nairobi e a cidade chinesa de Cantão, a capital da província de Guangdong, no sul da China, “até novo aviso”.

A decisão da companhia aérea surge depois de um estudante que deixou Wuhan e chegou na terça-feira num voo daquela companhia aérea ao Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairóbi, ter sido colocado em quarentena na capital queniana, por suspeita de infeção.

A ministra da Saúde do Quênia, Sicília Kariuki, confirmou hoje que aquele caso suspeito deu negativo.

A RwandAir cancelou também os seus voos para Cantão, depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado na quinta-feira uma emergência internacional, devido ao rápido aumento de pacientes afetados pelo coronavírus fora da China.

O país asiático reportou já quase 10.000 casos e 213 mortos. Além da China e dos territórios chineses de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos confirmados do novo coronavírus em 19 outros países – na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

A Air Madagascar também disse que suspendeu os voos para Cantão até março, enfatizando que “a segurança dos seus passageiros e tripulantes continua a ser a principal prioridade”.

Localizada a cerca de 150 quilômetros de Macau, Cantão é a terceira maior cidade da China.

O consulado português em Cantão aconselhou na quinta-feira os portugueses que vivem no sul da China a saírem do país temporariamente, após várias companhias aéreas terem cancelado ou reduzido voos.

“Dada a propagação do vírus, e no sentido de evitar futuras dificuldades que poderão ocorrer em resultado dos cancelamentos de voos, julga-se oportuno que os cidadãos portugueses na área de jurisdição do Consulado ponderem abandonar a China temporariamente”, afirmou o cônsul em Cantão, André Sobral Cordeiro, numa mensagem partilhada via Wechat, o Whatsapp chinês.

O diplomata português confirmou à Lusa o teor da mensagem, apontando o número crescente de companhias aéreas que estão a cancelar ou a reduzir o número de voos para e a partir da China.

A Air Mauritius cancelou os seus voos para Xangai, a partir deste dia 31, embora mantenha ligações aéreas a Hong Kong, região semiautônoma chinesa.

A Ethiopian Airlines, a maior companhia aérea de África, disse que, por enquanto, vai continuar a operar os seus voos para a China e que está a trabalhar com as autoridades para proteger passageiros e tripulantes.

Até à data não há registros de infeções na África subsaariana.

Já o Governo angolano descartou a possibilidade de cancelar as viagens de e para a China, apesar do registro de um caso suspeito do novo coronavírus em acompanhamento no hospital, referindo “não existirem razões para o feito”.

“Não há razões para se suspenderem os voos ou viagens de e para a China, portanto vamos continuar a gerir e a acompanhar a informação e na medida que, eventualmente, houver uma situação que fuja do controlo teremos de aumentar e aprimorar as medidas”, afirmou o inspetor geral da Saúde angolano, Miguel Oliveira, em Luanda.

Segundo ele, Angola rastreou, nas últimas 24 horas, cerca de 2.500 passeiros e “não registrou casos positivos”.

“Estamos a fazer o rastreio no principal ponto de entrada, que é o aeroporto internacional 4 de Fevereiro, e nas últimas 24 horas não identificamos nenhum que tenha sintomas da doença, mas equipes continuam no terreno para continuar a monitorar a situação”, disse.

A China elevou para 213 mortos e quase 10 mil infectados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

Segundo o responsável, o cidadão chinês internado numa das clínicas em Luanda, desde 26 de janeiro, suspeito de ter contraído o novo coronavírus mantém-se “calmo, consciente, colaborante e sem febres nas últimas 24 horas”.

“E sem alteração da função hepática e renal”, adiantou, referindo que os cerca de 180 cidadãos com quem o mesmo manteve contacto, após regressar da China, “estão devidamente monitorados com a equipa no terreno a fazer o acompanhamento”.

O inspetor geral da Saúde de Angola afastou igualmente especulações sobre alegada morte do cidadão chinês, que circulam nas redes sociais, afirmando que o paciente “está estável e não existem razões para o pânico”.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países – Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia.

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