Turismo fluvial no Douro alcança os 600 mil passageiros no último ano

ESTELA SILVA/LUSA
ESTELA SILVA/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O ano de 2014 foi dos melhores de sempre para o turismo na Via Navegável do Douro (VND), por onde viajaram cerca de 600 mil passageiros em pequenas embarcações, cruzeiros de um dia ou barcos hotéis.

Segundo dados fornecidos à Lusa pela Delegação do Douro do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), em 2014 passaram pela via navegável 600 mil passageiros, mais 45 mil do que no ano anterior (550 mil passageiros).

O bom desempenho registrou-se em todos os segmentos de negócio ligados ao turismo fluvial. Os cruzeiros na mesma albufeira representam 64% da totalidade de passageiros da VND, movimentando cerca de 400 mil pessoas em 2014.

Trata-se de viagens com duração variável, de meia ou uma hora, e que se concentram principalmente nas zonas do Porto-Gaia, e depois também, em menor escala, em Entre-os-Rios, Régua, Pinhão, Foz do Sabor e Pocinho.

Na sua maioria são os estrangeiros que mais optam por estas viagens (57%). Incluído neste tipo de cruzeiros, os passeios noturnos apresentaram um aumento de 40,6%, para os 26.791 passageiros.

Aquele que é considerado o produto mais exportador do rio Douro, o barco hotel, sofreu um aumento de mais de 30%, alcançando os 55 mil passageiros. Para este aumento contribuiu a entrada de mais duas embarcações hotel na VND, subindo dos 11 para os 13 barcos. A maior parte dos passageiros que opta por viajar a bordo destas embarcações é proveniente dos Estados Unidos da América (29%), seguindo-se a França (19%) e o Reino Unido (13%).

Depois, os cruzeiros de um dia ultrapassaram os 160 mil passageiros, registrando um aumento de 6% comparativamente a 2013. Estes barcos navegam principalmente nos trajetos Porto-Régua-Porto, Régua-Pinhão-Régua e Régua-Barca d’Alva-Régua e a esmagadora maioria dos seus passageiros é portuguesa (93%).

Segundo o IMT, a navegação de recreio contabilizou também um aumento de 6% relativamente a 2013, com cerca de seis mil passageiros. No entanto, relativamente a este segmento o instituto ressalva que apenas são contabilizadas as embarcações que utilizam eclusas de navegação.

Em 2014, começaram a cruzar as águas do Douro mais embarcações marítimo-turísticas, passando de um total de 86 em 2013 para as 92 em 2014 (com lotação para 6.666 passageiros). Em 2010 operavam neste rio 58 embarcações. Verificou-se também um ligeiro aumento a nível das empresas que operam na VND, estando atualmente registradas 36, mais uma do que no ano anterior.

Para o IMT, o número de empresas que laboram neste rio revela o “esforço e a dinâmica que o destino Douro pode proporcionar”.

Por fim, no que concerne à navegação comercial, dos portos comerciais de Sardoura e Várzea do Douro, registrou-se uma diminuição de cerca de 50% comparativamente com o ano transato, tendo-se ficado pelas 20 mil toneladas de granito. Em 2013, foram transportadas mais de 50 mil toneladas deste material que é destinado à exportação.

A Via Navegável do Douro foi inaugurada em toda a sua extensão em 1990. São 210 quilômetros desde Barca d’Alva até ao Porto.

Novo transporte
A Câmara de Gaia revelou em 10 de fevereiro prever o “início imediato” da obra do cais de desembarque necessário para acolher o novo transporte de barco entre as duas margens do Douro proposto por um operador privado. A embarcação em causa seria uma espécie de “vaporetto” ou de “ferry-boat”.

Fonte camarária revelou à Lusa que a empreitada implica “um investimento de 50 mil euros por parte dos privados interessados”, esperando-se que tenha “início imediato” e esteja concluída no verão. O “projeto de travessia fluvial entre as duas margens do Douro” está a ser desenvolvido com a Câmara do Porto e que, do lado de Gaia, “será necessário adaptar ou construir um cais de desembarque”.

O presidente da Câmara do Porto revelou na reunião pública do executivo o interesse da cidade na intenção do operador turístico Taylor’s de implementar um transporte de barco entre as duas margens do Douro. Para o presidente da autarquia gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues, “esta é uma resposta à mobilidade entre os dois centros históricos e os dois concelhos, que finalmente é possível graças ao entendimento entre os dois municípios”.

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