Portugal defende que turismo sustentável na África é crucial para economia

Da Redação
Com Lusa

O secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, defendeu dia 22 que é necessário desenvolver um turismo sustentável em África, com a criação de novo emprego, com vista ao crescimento da economia.

“Temos um setor em particular que é fundamental e crucial para desenvolver as nossas economias. […] Temos de desenvolver um turismo sustentável em África”, defendeu o secretário de Estado da Internacionalização, na sua intervenção no encerramento do seminário empresarial Portugal-África “Exportar ‘Verde’ – Internacionalização das empresas na era da sustentabilidade”.

Na data em que se assinala o Dia da Terra, 22 de abril, o governante salientou que este é um setor com um papel crucial na defesa do ambiente e da sustentabilidade.

Relativamente às empresas portugueses presentes em África, Eurico Brilhante Dias lembrou que elas são já quase 18.000 e que se têm vindo a diversificar.

“Elas [as empresas portuguesas] estão a criar oportunidades em África, a criar emprego local e eu espero que este contributo possa ser uma importante ferramenta, não só para o desenvolvimento de melhores relações econômicas, mas também de um ambiente sustentável em África”, referiu ainda no evento organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela Aicep Portugal Global – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).

No entanto, o governante ressalvou que, para aumentar as exportações bilaterais entre a UE e África, é necessário reduzir as “barreiras ao comércio”, não só ao nível das taxas.

O secretário de Estado apontou ainda a necessidade de se criar um mecanismo financeiro adequado e incentivos, destacando o papel do Banco Mundial, do Banco de Investimento Africano e do Banco de Investimento Europeu, que devem estar alinhados com os objetivos da defesa do ambiente.

Transição verde UE-África

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Francisco André, disse que a União Europeia e África estão num “ponto de viragem” para a inclusão da transição verde na sua agenda de diálogo comum.

“Estamos num ponto de viragem para termos a transição verde como parte essencial e crucial da agenda de diálogo entre os dois continentes”, disse Francisco André.

O responsável pela política de cooperação do Governo português falava dia 23 durante um dos debates do Fórum de Investimento Verde UE-África, organizado pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento, para debater a transição para uma economia verde no continente africano.

O fórum enquadra-se na preparação da próxima cimeira União Africana (UA)/União Europeia (UE) – adiada de 2020 e ainda sem data marcada – e encerra um mês de diálogo entre europeus e africanos sobre desenvolvimento sustentável e investimento verde, que incluiu a realização de 23 conferências virtuais a partir de várias cidades europeias e africanas.

Francisco André sublinhou, nesse contexto, a importância do diálogo estabelecido com África durante a Presidência Portuguesa, bem do compromisso da Comissão Europeia e do Banco Europeu de Investimento com a mudança para uma economia mais verde no continente africano.

“Durante este diálogo, percebemos que ambos os continentes estão prontos para se comprometerem com esta agenda, tendo no centro da sua cooperação a construção de sociedades mais resilientes e mais inclusivas”, disse.

Por isso, considerou, a próxima cimeira entre a União Europeia (UE) e União Africana (UA)- adiada de 2020 e ainda sem data marcada – “representa uma oportunidade única” para colocar a transição verde no topo das prioridades dos dois blocos.

“É possível libertar o potencial econômico de África através de um investimento verde e sustentável. Não se trata apenas de financiamento, mas de financiamento inovador, da partilha de experiência e da co-criação e desenvolvimento de soluções adequadas sobre o investimento verde”, disse.

Para Francisco André, os objetivos de luta contra as alterações climáticas nunca serão alcançados se não forem criadas condições para envolver o setor privado e para desenvolver modelos de negócio mais sustentáveis.

“Por muito que queiramos que os nossos orçamentos públicos fomentem este caminho, isso não é nada comparado com os biliões que o setor privado pode trazer para este futuro”, disse.

O secretário de Estado falou num painel sobre o papel da UE e da UA, dos governos e dos bancos de desenvolvimento no impulsionar do investimento verde e sustentável em África em que também participou a Comissária da UA para a Agricultura, o Desenvolvimento Rural, a Economia Azul e o Ambiente Sustentável, a angolana Josefa Sacko.

“A União Africana e a União Europeia estão empenhadas em criar oportunidades na transição verde e em trabalhar com parceiros públicos e privados para fomentar o desenvolvimento sustentável em África”, disse Josefa Sacko.

A comissária destacou a “troca de ideias” e a “partilha de conhecimento técnico especializado” proporcionado pela iniciativa da Presidência Portuguesa, que será canalizado “para aumentar o impacto do investimento futuro” e “melhorar a vida de milhões de pessoas em África”.

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