No Algarve, presidente diz que sobe “a maré” de turistas nacionais e estrangeiros

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (CE), acompanhado pela presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa da Palma (CD), durante o passeio realizado na baixa da cidade de Silves, 09 de agosto de 2020. LUÍS FORRA/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Presidente português visitou nesta segunda-feira Armação de Pêra, Silves, no Algarve, para mostrar como é segura para fazer férias no atual momento da pandemia, destacando que “está a subir a maré” de turistas nacionais e estrangeiros.

“É bom sinal que não haja da parte das pessoas preocupação quanto àquilo que é a situação sanitária aqui, em geral no Algarve, em Silves e Armação de Pera”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que antes do passeio pela avenida Beira Mar, aproveitou para “mergulhar e estar na praia”, experimentando as “condições magníficas” de Armação de Pêra.

Afirmando-se surpreendido com a quantidade de pessoas que encontrou na praia, sustentou que “está a subir a maré” daqueles que chegam ao Algarve, quer “os portugueses”, mas também dos “vários turistas ingleses e franceses”, com que se cruzou.

O Presidente mostrou esperança que os recentes número da pandemia de covid-19 no país possam contribuir “para mudanças nas listas” restritivas de viagens de alguns países, passando a ser “feita justiça a Portugal”.

Este é o segundo de dois dias de visita ao concelho de Silves. No domingo, Marcelo cruzou-se com vários turistas num passeio pela cidade que o levou ao Castelo e até à zona ribeirinha.

O Presidente da República afirmou, na ocasião, que esta sua visita “era uma questão de civismo”, o mesmo que motivou a deslocação há dois anos, depois do incêndio de Monchique, que afetou também o concelho de Silves.

“Na altura, Silves tinha sofrido uma situação dramática que podia atingir o turismo e afugentar as pessoas (…) agora o drama vivido tem sido outro, mas não foi menos intenso. Foi o drama da pandemia e o drama da ausência de turismo por causa da pandemia”, defendeu.

À noite, realizou-se um jantar de trabalho com os autarcas algarvios com o objetivo de “ir acompanhado a evolução da situação” e “o dialogo com o Governo tendo em vista, no futuro, a aplicação” das medidas previstas para a região.

Desde o final de junho, o Presidente da República já visitou, no Algarve, os concelhos de Albufeira, Vila Real de Santo António, Tavira, Loulé, Lagoa, Lagos e Silves. No próximo dia 20, anunciou que estará em Portimão.

Funeral

Marcelo Rebelo de Sousa também confirmou que vai estar presente no funeral do piloto do avião de combate a fogos que se despenhou no sábado na Galiza.

“Tenho transmitido nos funerais das vítimas aos seus familiares aquilo que está no coração do povo português e farei o mesmo relativamente à vítima que está a ter transladada de Vigo para Leiria, não os esquecemos”, afirmou o Presidente.

À margem da visita à cidade de Silves, o chefe de Estado destacou o “esforço muito grande” dos operacionais para enfrentarem fogos “em condições difíceis” e com “ignições simultâneas por todo o continente, dificultando a concentração de meios”.

Esse esforço tem-se refletido na “ausência de vítimas” nas populações e de danos nas povoações, “mesmo quando o fogo anda muito próximo”, destacou.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou o elevado número de operacionais que foram “vítimas mortais e outros que tiveram ferimentos mais ou menos graves” a quem devida uma homenagem.

Com a época de combate a fogos a não ter “ainda chegado a meio”, o Presidente da República alertou para o facto de “poder haver” fogos florestais “até ao final de outubro”, sendo que os meses que passaram “representam menos de metade dos que ainda faltam”, sendo, por isso, “sensata” toda a precaução.

No sábado, o Presidente da República disse que tinha apresentado condolências à família do piloto português que morreu na sequência da queda de um ‘Canadair’ na zona do Lindoso, Ponte da Barca, quando combatia o incêndio no Gerês.

“Já tive ocasião de apresentar as minhas condolências, os meus sentimentos, ao Henrique, filho do piloto Jorge Jardim, que faleceu em circunstâncias dramáticas, ao serviço da comunidade, no combate ao fogo, que tudo indica que está a caminho de estar extinto”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ter falado também como o filho do piloto espanhol, gravemente ferido no mesmo acidente. “Fica aqui registrado, com grande pesar meu, aquilo que é mais um triste acontecimento nesta época de fogos”, declarou.

O avião despenhou-se, pelas 11:20 de sábado, numa área do território espanhol, “a cerca de um, dois quilômetros da fronteira com Portugal”, disse à Lusa fonte oficial da Proteção Civil.

O piloto, de nacionalidade portuguesa, de 65 anos, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica, enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em “estado grave” para o Hospital de Viana do Castelo, de onde foi transferido para Braga, estando agora fora de perigo.

No mês de julho os meios de combate aos incêndios florestais voltaram a ser reforçados passando o dispositivo a estar na sua capacidade máxima, sendo o grande desafio conciliar esta época mais crítica em fogos com a resposta à pandemia de covid-19.

A Diretiva Operacional Nacional, que estabelece o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para este ano, indica que os meios são reforçados pela terceira vez este ano com a entrada em vigor do denominado ‘reforçado – nível IV’, que termina a 30 de setembro.

Até essa data, vão estar operacionais 11.825 operacionais, 2.746 equipes, 2.654 veículos e 60 meios aéreos, um aumento de 3% face a 2019.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: