Madeira é primeira região de Portugal a permitir a entrada de pessoas com qualquer vacina

Mundo Lusíada com Lusa

O Governo da Madeira decidiu que podem entrar na região as pessoas que tenham sido inoculadas com qualquer das vacinas que estão a ser administradas a nível mundial, segundo o secretário da Saúde do arquipélago.

“A Madeira considerou receber todas as vacinas administradas até agora no mundo inteiro”, declarou Pedro Ramos aos jornalistas, no Centro de Vacinação do Funchal.

Além das vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento, [BioTech Pfizer, a Moderna, a AstraZeneca e Janssen], a resolução adotada pelo executivo madeirense permite a entrada de viajantes com vacinas produzidas por outras farmacêuticas.

Este é o caso da SinoPharm ou Sinovac (da China), Covaxin (Índia), Epivaccorona (Rússia) ou a Soberana (Cuba). Portugueses no Brasil, vacinados com a Coronavac (da Sinovac) já relataram o receio de não poder circular no país com o certificado digital lançado pelo bloco europeu.

“Estão na resolução do Governo Regional e serão aceites na Região Autónoma da Madeira porque se milhões de pessoas fizeram a vacinação com estas vacinas, o seu grau de proteção é semelhante aos outros”, considerou o responsável madeirense.

Falando sobre o fato de o verão ser uma altura de regresso de muitos emigrantes, Pedro Ramos, considerou que “a probabilidade de muitos terem feito outro tipo de vacina também é menor porque a maioria dos países tem adotado as vacinas que a nível da União Europeia estão a ser autorizadas e disponibilizadas para esses mesmos países”.

O governante disse que desconhece qualquer caso, “até agora, da chegada de algum emigrante ou turista com outro tipo de vacina”.

“Naturalmente vamos ter isso em conta e o teste PCR passou a ser o teste exigido à entrada e sua repetição entre o quinto e o sétimo dia para todos aqueles que vão chegar à Madeira”, salientou.

Pedro Ramos destacou que as autoridades de saúde do arquipélago estão “neste momento, a acompanhar o desenvolvimento da variante [com origem na índia], Delta e a sua expressividade no mundo inteiro”.

“Tínhamos 10% nas nossas cadeias de transmissão, neste momento passamos para 20% nas últimas amostras que mandamos para o Instituto Nacional de Saúde (INSA)”, indicou.

Mas Pedro Ramos realçou que “este aumento não tem expressão em termos de gravidade da doença na Madeira porque a região continua sem gente internada no Hospital Dr. Nélio Mendonça”, no Funchal, nas unidades dedicadas à covid-19.

No dia 04, a Madeira ultrapassou os 100 mil residentes com a vacinação completa, o que representa 40% da população, referiu o secretário regional.

Impedidos

O Governo da Madeira afirmou que passageiros foram impedidos no sábado de viajar a partir de Lisboa pelas autoridades nacionais, que “sem cabimento” aplicaram as regras restritivas determinadas para a Área Metropolitana de Lisboa,  devido ao aumento de casos de covid-19 na região.

“Existiram alguns passageiros que foram impedidos [sábado] de embarcar indevidamente para a Madeira, o que causou um transtorno bastante grande a essas pessoas”, disse o secretário de Turismo madeirense, Eduardo Jesus.

O governante considerou que “esta situação que ocorreu sábado no aeroporto de Lisboa não tem qualquer razoabilidade”.

Segundo o Jornal da Madeira, 10 passageiros que pretendiam viajar para a Madeira foram impedidos pela PSP de embarcar num voo da TAP com partida do aeroporto de Lisboa por não terem um teste PCR negativo à covid-19.

Na origem deste caso estão as regras determinadas pelo Governo da República para a Área Metropolitana de Lisboa, aos fins de semana, devido ao aumento de casos de covid-19.

A resolução do Conselho de Ministro estipulou ser apenas possível sair da área Metropolitana com a apresentação de um teste negativo ao novo coronavírus ou de um certificado digital.

O responsável com a tutela do Turismo no executivo madeirense realçou que “quando os passageiros pretendem circular entre Lisboa e esta região autónoma não ficam naturalmente sujeitos às regras que foram impostas” para essa parte do território português.

Nesta segunda-feira, o governo informou que a situação foi esclarecida e não irá se repetir. “Isso foi resolvido, houve uma interpretação completamente absurda por parte de umas autoridades, penso que foi a Polícia de Segurança Pública (PSP), mas isso depois foi esclarecido, foi dissipado, não tinha nada a ver”, declarou Miguel Albuquerque aos jornalistas.

Instado a falar sobre sete casos que foram detetados no Porto Santo, argumentou que, “com a abertura” registada da Madeira ao exterior e “a variante Delta a crescer de forma exponencial no país”, a estimativa das autoridades regionais de saúde era que “o número de casos fosse maior do que é atualmente”.

“A situação está controlada de certa maneira, mas pode acontecer haver um aumento de casos. Mas, seja como for, as cadeias de transmissão estão contidas neste momento”, assegurou.

A Madeira reportou hoje nove novos casos de covid-19, mais 14 doentes recuperados e um total de 75 situações ativas, permanecendo as unidades dedicadas à doença criadas no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, sem doentes internados há alguns dias.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.980.935 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.117 pessoas e foram registrados 890.571 casos de infecção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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