Como fazer turismo barato em Portugal

Stelson Ponce de Azevedo é o autor do livro que revela como fazer um turismo barato em Portugal, trazendo experiências que fogem ao turismo comum de agencias de viagem.

Da Redação

Divulgação

A editora Thesaurus vai editar a obra, intitulada "Portugal – Como fazer turismo de qualidade a baixo custo", com lançamento previsto para o próximo 11 de agosto, no Centro Cultural do Instituto Camões, na Embaixada de Portugal em Brasília.

A introdução do livro de Stelson Ponce de Azevedo foi feita pelo embaixador de Portugal, Francisco Seixas da Costa. Confira o texto abaixo:

"Alguém disse um dia que uma viagem é sempre um exercício solitário, por muito acompanhado que cada um para ela vá. Dos percursos feitos, o viajante recolhe notas e imagens que têm muito a ver com a sua própria personalidade, com a sua matriz cultural, com a agenda de interesses que transporta, com as expectativas com que se envolve no exercício. A mesma viagem, se contada por diferentes pessoas, para além de alguns inevitáveis pontos factuais comuns, transforma-se sempre num conjunto de relatos muito diversos, como se os mesmos eventos se projectassem ao sabor daquilo que intimamente cada um é.

Ao ler o trabalho de Stelson Ponce de Azevedo lembrei-me desta verdade bem simples. Este é um livro de sentimentos, um repositório de percepções, feito de escolhas muito pessoais, no imenso universo de opções que sempre é a perigrenação por um país. Estamos perante um viajante que toma o cuidado de reportar, em pormenor, não apenas os seus percursos, mas igualmente a sua própria vivência nos pontos que tocou, com dimensões familiares à mistura, que humanizam ainda mais o seu texto. isso confere à sua escrita uma autenticidade e uma vivacidade muito particular, como a que resultaria do ritmo de um diário pessoal.

Este livro é de muito fácil leitura e permitirá cruzar as suas propostas com as experiências futuras de quem se sentir tentado a seguir os passos do autor. Convoca uma geografia própria, que foi a da sua escolha, no plano de andarilho que desenhou por um Portugal que manifestamente o seduz. Mescla notas históricas com traços humanos do presente, não se esconde por detrás da neutralidade de uma escrita seca. Pelo contrário, toma o risco de se colocar como proponente de caminhos que a sua experiência entendeu por seguros e fiáveis, tratando o leitor como um amigo a quem se dá conselhos.

Porque conheço bastante bem toda a realidade que este livro toca, devo ao leitor uma palavra de verdade: nem sempre estou de acordo com o modo como o autor pinta o retrato do Portugal que palmilhou, para além de partilhar freqüentemente escolhas muito diversas das que faz e propõe. Mas essa é uma conseqüência inevitável do contraste de percepções a que antes me referi, da viagem “diferente” que cada um de nós faz quando trilha os mesmos caminhos.

Este livro tem ainda o aspecto curioso de consagrar, numa linguagem simples e de bom-senso, alguns critérios básicos para quem pretender organizar uma viagem, sem indicações práticas aos que, com escasso tempo, mas com grande curiosidade, desejem efectuar uma visita às paragens lusas. E as “dicas” fornecidas, em função de uma experiência vivida, como que obrigam o leitor a criar um laço de inevitável cumplicidade com o autor do texto.

Este livro é, assim, uma espécie de volta a Portugal de emoções e sentidos, uma recuperação, através da memória efectiva, do país que todo o português traz dentro de si próprio, às vezes não o conhecendo bem.

Portugal foi sempre, historicamente, hospitaleiro para o viajante, aberto ao estrangeiro, simpático para o turista. Porém, durante anos, a oferta que se apresentava ao visitante era, em determinadas regiões, limitada e de qualidade muito discutível. O Portugal das “pensões” e das “casas de pasto”, qua ainda povoa a memória de alguma nostalgia reralista, transformou-se hoje num país com uma rede hoteleira magnífica, complementada pela Pousada de Portugal presente em certas zonas do país, encontra-se hojne ao dispor numa imensidão de restaurantes e velhas “tascas”, onde a cozinha tradicional é trabalhada com maestria e com cada vez mais qualidade – embora com o inevitável reflexo nos preços que a bolsa tem de suportar.

Para um cidadão brasileiro, ou para um português que viva no Brasil e que há muito não se tenha deslocado à sua terra, o Portugal dos nossos dias hoje é uma imensa surpresa que só o confronto com a realidade pode explicar. Este livro apresenta-se como uma contribuição para melhor se perceber muito do que o país tem para oferecer, constituindo simultaneamente um útil guia para essa viagem afectiva ás nossas origens.

*Francisco Seixas, embaixador de Portugal no Brasil." O trecho acima foi extraído do livro Como fazer turismo de qualidade a baixo custo: Portugal.

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