União Europeia abre “uma porta” para resolver o problema das migrações

Da Redação

A cimeira informal dos Chefes de Estado ou de Governo da União Europeia abriu, sobre a gestão das migrações, “uma porta, um caminho que vale a pena explorar”, e de “solidariedade flexível” segundo o Primeiro-Ministro de Portugal, ao final da reunião de 19 e 20 de setembro, em Salzburgo.

Segundo Antonio Costa, a cimeira deu “um sinal de que todos estão disponíveis para uma abordagem pragmática da questão, e isso passa por perceber primeiro que nós temos de ter um sistema único e comum a todos para a gestão dos fluxos migratórios e que todos têm de participar nesse sistema comum”, disse.

“As modalidades de participação poderão eventualmente variar, e isso de acordo com aquilo que cada um pode fazer de melhor, aquilo que tem melhores condições para fazer e aquilo que cada um deseja fazer”, afirmou ainda o Primeiro-Ministro.

O objetivo é chegar a um acordo que permita ter um sistema mais eficaz: “Temos de ter um sistema estável, consolidado, em que cada um saiba o que lhe compete fazer e depois possa funcionar normalmente”.

Evitar fraturas

“Sempre que quisemos achar que os problemas eram de um só país, em regra o que fizemos foi não conter o problema e deixá-lo alastrar”, disse também o Primeiro-Ministro, sem precipitar conclusões finais.

António Costa sublinhou que na União Europeia, é preciso “evitar abrir fraturas muito profundas e rupturas muito radicais”. E deu o exemplo de “países nos quais as opiniões públicas mais recusam a presença de imigrantes” e que “são, muitas vezes, aqueles que não têm emigrante nenhum”.

Modelo de solução

António Costa defendeu um modelo que “corresponda aos valores da Europa e ao valor fundamental que é a dignidade da pessoa”.

“Em segundo lugar, que não permita à Europa não cumprir as suas responsabilidades face à comunidade internacional, seja concedendo proteção a quem dela carece, seja cumprindo os deveres de salvamento no mar, seja de trabalhar para a cooperação e desenvolvimento com o continente africano”.

«Finalmente, perceber que numa União como a europeia não é há problemas exclusivos de um país: os problemas são comuns e devem ser geridos de forma solidária e responsável, por todos». Segundo ele, “nacionalismo é a impotência de resolver os problemas que só em conjunto podem ser resolvidos”.

O número de migrantes que procura a Europa é de 100 mil por ano, em 2018, abaixo do número que a procurava antes da crise migratória de 2015, em que chegou a dois milhões, segundo afirmou o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Extrema-direita não ganhou eleições

O Primeiro-Ministro também chamou a atenção para a promoção involuntária da extrema-direita. “Uma das coisas que todos nós democratas, quer os que fazem política, quer os responsáveis da comunicação social, devíamos refletir, era se não promovemos indevidamente quem não merece ser promovido e apresentamos como uma grande ameaça quem é uma ameaça relativamente contida”.

“Nós não devemos andar sistematicamente a valorizar os extremistas, involuntariamente andar a fazer a sua promoção. Efetivamente, o que devemos registrar é que em todas as eleições decisivas a extrema-direita foi derrotada”, declarou.

A extrema-direita foi derrotada em França, Suécia e “tem sido derrotada em todo o sítio. E, mesmo quando, fruto de negociações internas em alguns países, têm conseguido chegar ao Governo, não deixam de ser extrema-direita e têm de ser tratadas como tal”.

António Costa deu como exemplo DA notícia, em algumas televisões, sobre as eleições na Suécia: “Quem estiver menos atento até pensa que a extrema-direita ganhou. Foram os sociais-democratas, em segundo lugar os conservadores, e a extrema-direita ficou em terceiro lugar”.

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