Temer na ONU: “Temos orgulho de nossa tradição de acolhimento”

Da Redação
Com EBC

No discurso de abertura da sessão de debates da 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), dia 25 em Nova York, o presidente Michel Temer destacou a vocação do país para receber migrantes, ao citar a chegada de milhares de vezezuelanos ao território nacional.

“No Brasil, temos orgulho de nossa tradição de acolhimento. Somos um povo forjado na diversidade. Há um pedaço do mundo em cada brasileiro”, disse.

“O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência”, acrescentou.

Temer também falou do papel relevante da diplomacia e do multilateralismo para a segurança global, em especial para o combate ao terrorismo e a crimes transnacionais como os tráficos de pessoas, armas e drogas e reiterou a posição brasileira a favor de uma reforma do Conselho de Segurança da entidade.

O presidente aproveitou o fato de esta ser sua última participação na abertura da assembleia da ONU para fazer um balanço de seu governo e dizer que entregará, a seu sucessor, um país em melhores condições fiscais e econômicas, e com uma democracia lastreada em instituições sólidas.

“Dissemos não ao populismo e vencemos a pior recessão de nossa história – recessão com severas consequências para a sociedade, sobretudo para os mais pobres. Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e restauramos a credibilidade da economia. Voltamos a crescer e a gerar empregos. Programas sociais antes ameaçados pelo descontrole dos gastos puderam ser salvos e ampliados. Devolvemos o Brasil ao trilho do desenvolvimento”, completou.

Ao iniciar o discurso, o presidente brasileiro fez críticas ao isolacionismo, à intolerância e ao unilateralismo que, segundo ele, podem comprometer o “aprimoramento da ordem internacional”, que há décadas vem sendo consolidada.

Direitos Humanos e refugiados

“Na América do Sul, estamos em meio a onda migratória de grandes proporções. Estima-se em mais de um milhão os venezuelanos que já deixaram seu país em busca de condições dignas de vida. O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência. Com a colaboração do Alto Comissariado para Refugiados, construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira. Temos promovido sua interiorização para outras regiões do Brasil. Emitimos documentos que os habilitam a trabalhar no País. Oferecemos escola para as crianças, vacinação e serviços de saúde para todos. Mas sabemos que a solução para a crise apenas virá quando a Venezuela reencontrar o caminho do desenvolvimento.”

Terrorismo e crimes transnacionais

“O tráfico de pessoas, o tráfico de armas, o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro, a exploração sexual são crimes que não conhecem fronteiras. São flagelos que corroem nossas sociedades e que só são eficazmente combatidos com políticas e ações concertadas.”

“Celebramos, em Brasília, uma primeira reunião ministerial do Cone Sul sobre segurança nas fronteiras. Desde então, temos intensificado a cooperação com nossos vizinhos no combate ao crime transnacional. Temos que permanecer coesos em torno desta obra coletiva que é erguer um mundo em que predominem a paz, o desenvolvimento e os direitos humanos. Nada conseguiremos sozinhos. Nada conseguiremos sem a diplomacia, sem o multilateralismo.”

Eleições e governo

“Em duas semanas, o povo brasileiro irá às urnas. Escolherá as lideranças políticas que – no Executivo e no Legislativo – dirigirão o Brasil a partir de janeiro de 2019. Assim determina nossa Constituição, assim tem sido nos últimos quase trinta anos e assim deve ser. Porque todo poder emana do povo. Porque a alternância no poder é da alma mesma da democracia. E a nossa, senhoras e senhores, é uma democracia vibrante, lastreada em instituições sólidas.”

“Transmitirei a meu sucessor as funções presidenciais com a tranquilidade do dever cumprido. Hoje, no Brasil, podemos olhar para trás e verificar o quanto fizemos em pouco tempo de governo.

Dissemos não ao populismo e vencemos a pior recessão de nossa História – recessão com severas consequências para a sociedade, sobretudo para os mais pobres. Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e restauramos a credibilidade da economia. Voltamos a crescer e a gerar empregos. Programas sociais antes ameaçados pelo descontrole dos gastos puderam ser salvos e ampliados. Devolvemos o Brasil ao trilho do desenvolvimento.’

“O País que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é melhor do que aquele que recebi. Muito ainda resta por fazer, mas voltamos a ter rumo. Agora, é ir adiante. O próximo governo e o próximo Congresso Nacional encontrarão bases consistentes sobre as quais poderão seguir construindo um Brasil mais próspero e mais justo.”

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