Taxa de contágio em Portugal é de menos de uma pessoa por cada infectado

Da Redação
Com Lusa

A taxa média de contágio por covid-19 em Portugal é atualmente de 0,91, o que significa que cada infectado contagia menos de uma outra pessoa, valor que, segundo a ministra da Saúde, resultou das medidas de contenção.

A ministra da Saúde disse em conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia no país que, entre 21 de fevereiro e 16 de março, o número médio de casos gerados a partir de uma pessoa infectada era de 2,08.

“São números que nos encorajam, mas também nos responsabilizam”, disse Marta Temido.

De acordo com a ministra, os dados até agora recolhidos “continuam a permitir estimar que o máximo da incidência [da pandemia em Portugal] tenham ficado no passado, entre os dias 23 e 25 de março”.

Marta Temido esclareceu que, “entre 21 de fevereiro e 16 de março [dia em que as escolas já estiveram encerradas e muitas empresas começaram a funcionar em teletrabalho], o número médio de casos secundários resultantes de um caso de infecção por covid foi de 2,08”.

“Ou seja, um caso infectado tinha o risco de gerar 2,08 outros casos”, explicou.

Com “a introdução de medidas de contenção, verificou-se uma diminuição do risco de transmissibilidade, que se situa agora, face à média dos últimos cinco dias, nos 0,91”.

A ministra alertou que “erradicar a covid-19 não parece possível no curto e médio prazo” e que o país deve preparar-se para a possibilidade de “alternar períodos de maior contenção com fases de maior alívio”.

“Isso terá de ser feito não porque nos enganamos na estratégia ou porque erramos, mas porque essa alternância, essa adaptação constante de comportamentos poderá mesmo ser o melhor caminho possível para todos”, frisou Marta Temido.

A governante notou que, “com esforço de todos, está a ser possível trazer o número de novos casos para níveis aos quais o Serviço Nacional de Saúde [SNS] tem conseguido responder”, mas “o risco de recrudescimento mantém-se”.

Portugal registra neste sábado 687 mortos associados à covid-19, mais 30 do que na sexta-feira, e 19.685 infectados (mais 663), indica o boletim epidemiológico. Comparando com os dados de sexta-feira, em que se registavam 657 mortos, teve um aumento de 4,6%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, os dados da DGS revelam que há mais 663 casos do que na sexta-feira, representando uma subida de 3,5%.

A região Norte é a que registra o maior número de mortos (393), seguida pelo Centro (157), pela região de Lisboa e Vale Tejo (124), do Algarve (9) dos Açores (4), adianta o relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de sexta-feira.

Comemorações

A ministra também comentou sobre a polêmica comemoração marcada em Portugal, como a solenidade do 25 de Abril e comemorações do 1º de Maio, defendendo que terão de ser acompanhadas de cautelas adicionais por causa da pandemia.

“Não podemos também deixar de entender que só poderemos sobreviver enquanto grupo se conseguirmos ter o nosso grupo unido em torno daquilo que são os aspetos que são referências sociais e também a capacidade de nos readaptarmos às novas exigências”, disse Marta Temido durante a conferência.

A ministra considera que é possível assinalar “determinadas datas que são importantes para o nosso espírito, a nossa sociedade, o nosso sentimento de pertença, se conseguirmos fazê-lo respeitando as regras de prevenção e recomendadas pela saúde pública”.

Na sequência do agendamento da sessão solene de comemoração do 25 de Abril na Assembleia da República, para a qual está prevista a presença de 130 pessoas, mais de 15 mil pessoas já assinaram uma petição ‘online’ a pedir o seu “cancelamento imediato”.

Na sexta-feira, o Governo aprovou um decreto sobre o estado de emergência que mantém a proibição de desfiles e manifestações de qualquer natureza, mas abre nova exceção ao dever de recolhimento para as celebrações oficiais do 1.º de Maio.

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