Sismos: Governo dos Açores vai manter “toda a capacidade instalada” em São Jorge

Da Redação com Lusa

O presidente do Governo dos Açores afirmou que vai ser mantida “toda a capacidade” de resposta instalada em São Jorge, reiterando que a crise sismolvucânica na ilha está a ser gerida com base na ciência e não em “especulações”.

“A capacidade instalada na ilha de São Jorge está perene, isto é, estamos a manter em São Jorge toda a capacidade instalada de proteção e reação de contexto de Proteção Civil para apoio às populações”, declarou José Manuel Bolieiro.

O líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava neste dia 15 aos jornalistas após o ‘briefing’ diário sobre a crise sismovulcânica em São Jorge, no concelho de Velas.

O social-democrata reforçou que “antes excessivo na prudência do que negligente na ação”, apelando, contudo, para a população manter a tranquilidade e a normalidade.

“Não há, até ordem em contrário, nenhuma orientação para a desmobilização das pessoas e alteração da sua normalidade. Uma coisa é manter as pessoas vigilantes perante a situação. Outra é alterarem a normalidade da sua vida”, afirmou.

Sobre a situação atual da crise sismovulcânica, o presidente do executivo açoriano informou que existe desde 31 de março uma “redução na libertação de energia”, apesar de nos últimos dias ter sido registado um “ligeiro incremento” no número de sismos identificados.

Bolieiro rejeitou uma possível redução do nível de alerta, que atualmente se encontra no nível V4 (o que significa possibilidade real de erupção), destacando que a crise está a ser gerida com base no “conhecimento científico”.

“Felizmente, até hoje, não exercitamos a especulação. Nós fidelizamos a nossa opção de decisão na ciência”, assinalou.

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou na ilha de São Jorge um sismo sentido desde as 22:00 (mais uma hora em Lisboa) de quinta-feira até às 10:00 de hoje.

De acordo com o comunicado diário do CIVISA, até ao momento foram identificados cerca de 245 sismos sentidos pela população.

A atividade sísmica que tem sido registrada desde 19 de março na ilha de São Jorge, ao longo de uma faixa desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno, na Silveira, “continua acima do normal”.

28 mil sismos

O presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, revelou hoje que foram ultrapassados os 28.500 sismos desde o início da crise sismovulcânica em São Jorge, em 19 de março.

“Ultrapassámos hoje os 28.500 sismos [desde o início da crise] e já temos 246 sismos sentidos pela população. Hoje, desde as 00h00 até às 10h00 da manhã, temos 59 sismos contabilizados pela rede sísmica do CIVISA”, afirmou.

Rui Marques reforçou que a possibilidade de ocorrer uma erupção vulcânica continua “em cima da mesa”, apesar de existir uma “redução da energia libertada” desde 31 de março.

Contudo, ressalvou, “nos últimos cinco dias tem existido um aumento da frequência diária de sismos novamente”, pelo que o CIVISA vai manter-se “coerente com o nível de alerta vulcânico de V4”, que significa ameaça de erupção.

“Tem havido algum consenso naquele que é o órgão colegial do CIVISA, o gabinete de crise, na manutenção deste v4, porque de alguma forma em termos geológicos deste sistema fissural de Manadas estas pequenas oscilações já eram previveis no início desta crise”, assinalou.

A atividade sísmica que tem vindo a registar-se desde as 16h05 do dia 19 de março na ilha de São Jorge, numa faixa desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno, na Silveira, “continua acima do normal”, avançou hoje o CIVISA.

O sismo mais energético ocorreu no dia 29 de março, às 21h56 e teve magnitude de 3,8 na escala de Richter.

A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

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