Roteiro da Cidadania mostra que Governo “pode fazer mais se envolver os cidadãos”

Da Redação
Com Lusa

Cerca de 200 propostas desenvolvidas no âmbito do Roteiro para a Cidadania integram o livro apresentado no Porto, nesta segunda-feira, que mostra que “o Governo pode fazer mais se envolver os cidadãos”, segundo Jorge Oliveira, do Espaço T.

O projeto, que inicialmente se traduziu no roteiro de uma “carrinha da cidadania” pelo país e se transformou no “primeiro livro de um governo português a ser editado também em braille e áudio”, foi desenvolvido, a pedido da Secretaria de Estado da Cidadania e Igualdade, pela associação Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local e pelo Espaço T, acrescentou o responsável da instituição, em declarações à Lusa.

“São mil exemplares, financiados pela Secretaria de Estado, que já tem em mãos as cerca de 200 propostas desenvolvidas por dez grupos de trabalho, sugerindo o que se podia mudar em áreas como a Igualdade de Gênero ou a Saúde. É uma carta de intenções, mas é essencialmente o desenvolvimento da cidadania”, explicou Jorge Oliveira.

O responsável do Espaço T esclarece que tudo começou em 2017, quando, com o financiamento da secretaria de Estado, a Animar “percorreu o país numa carrinha, fazendo centenas de ações junto de várias comunidades, desde escolas a instituições do poder local, para as fazer pensar sobre a cidadania”.

“O objetivo era levar as pessoas a refletir sobre a importância de serem cidadãos, de emitir opiniões, do direito a reclamar e a estar atentas às políticas”, observou.

Depois de ter sido percorrido “80% do território nacional”, foram criados dez grupos de trabalhos para apresentar propostas em áreas como a “Participação e Democracia Local”, a “Saúde”, o “Combate às Desigualdades”, o “Trabalho Digno e Crescimento Econômico”, “Interculturalidade”, “Luta contra a Pobreza” ou “Igualdade de Gênero”.

“Cada grupo convidou 20 instituições representantes do poder nacional e local e da sociedade civil para analisar o que existe em cada área e o que se quer mudar. Esta carta de intenções foi entregue à secretária de Estado, que tem como missão fazer com que as sugestões que considere adequadas sejam operacionalizadas”, acrescentou Jorge Oliveira.

Na área da Saúde, por exemplo, uma das propostas “foi sugerida pelos sem-abrigo” e diz respeito à possibilidade de “terem acesso a uma receita específica para que possam levantar medicamentos gratuitos nas farmácias”.

Para além disto, Jorge Oliveira diz que “foram financiados pela Secretaria de Estado quatro microprojetos que conseguiram, com um financiamento reduzido, implementar medidas mais eficazes”.

O responsável indica que estes microprojectos foram levados a cabo por associações ligadas à liberdade religiosa ou à promoção da igualdade em contexto escolar.

Todas estas ações materializaram-se, depois, no livro “Roteiro da Cidadania”, onde foram incluídos os “resumos de cada grupo de trabalho”, “descrições dos microprojectos” e diversos testemunhos da sociedade civil.

Tratando-se do “primeiro livro de um governo português a ser editado em negro, braille e áudio, é também um exemplo de cidadania, porque pode ser lido por todos”, observou Jorge Oliveira.

O projeto “Roteiro Cidadania em Portugal” é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Cidadania e Igualdade e foi desenvolvido pela Animar durante todo o ano de 2017, em conjunto com instituições locais e nacionais de todo o país, que “se uniram e colaboraram na construção de um país mais coeso, democrático e cívico, onde as questões fundamentais foram ativamente debatidas com o propósito de todos termos um papel ativo no desenho de um Portugal melhor”.

“Coube ao Espaço t, materializar em livro, as principais conclusões e momentos, de todo um ano de atividades intensas”, descreve a nota de imprensa.

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