Primeiro-Ministro quer mais doutorados no tecido empresarial português

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu serem necessários mais doutorados no tecido empresarial português, destacando que as empresas têm atualmente “mais consciência” de que que necessitam de “apostar na contratação” para o desenvolvimento da sua atividade.

“Podemos estar hoje confiantes de que vamos ultrapassar o objetivo que nos havíamos proposto, de apoiar a criação de cinco mil postos de trabalho entre instituições do ensino superior nas unidades inovação e desenvolvimento (I&D) e empresas até ao final desta legislatura”, disse António Costa, à margem da terceira sessão da ‘Convenção Nacional do Ensino Superior 2020-2030’, que decorre hoje na Reitoria da Universidade do Porto.

Segundo o governante, desde janeiro de 2017 já foram formalizados “mais de três mil” contratos e estão abertos concursos para “mais 4.600” contratos nas diferentes vias do programa de Estímulo ao Emprego Científico.

“Houve já um crescimento muito significativo de doutorados a realizar atividades de I&D, mais 30%, e também aumentou desde 2015 o número de empresas que beneficiam de apoios fiscais para contratar mais investigadores, cerca de 37% no mesmo período”, apontou.

António Costa lembrou também o aumento “das bolsas de doutoramento”, que de 971, em 2015, passaram para mais de 1.600 no ano letivo de 2018-2019, acreditando que o Governo está a contribuir “para a mudança de paradigma de empregabilidade” e a assegurar “condições dignas e sustentáveis” aos doutorados.

“Até ao início deste mês, já tinham sido celebrados contratos com 87% dos bolseiros elegíveis ao abrigo da norma transitória, dando a estes bolseiros a oportunidade de uma carreira científica digna. Bem sei que a aplicação concreta do PREVPAP [Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública] ao sistema de ensino superior se reveste de particular complexidade”, disse, acrescentando que “combater a precariedade é uma prioridade, mas tem de ser conjugada com a preservação da especificidade própria, seja da carreira docente, seja da carreira de investigação universitária”.

Durante a sessão, António Costa apontou “um conjunto de elementos” que são necessários ter em conta, ao traçar a agenda do ensino superior para a próxima década.

“Em primeiro lugar, prosseguirmos com o aumento de alunos inscritos no ensino superior. Em segundo lugar, diversificando e especializando o processo de ensino e aprendizagem. Em terceiro, através da criação de mais e melhor emprego. Em quarto lugar, o estímulo à capacidade de empreendedorismo dos nossos jovens e investigadores com mais responsabilidade individual e coletiva. Em quinto, através da promoção da internacionalização das instituições de ensino superior, promovendo parcerias internacionais, atraindo estudantes e investigadores estrangeiros. E, finalmente, é fundamental desenvolver um quadro dinâmico de ligação entre os centros de produção de conhecimento e o tecido empresarial, de forma a favorecer e valorizar o conhecimento”, enumerou.

O primeiro-ministro lembrou ainda que um dos “resultados mais positivos” da recuperação econômica do país foi o aumento de mais 15 mil alunos a frequentarem o ensino superior, algo que acredita ser “um sinal de recuperação do rendimento das famílias”, mas também a “recuperação da ideia de que o investimento em educação é o investimento mais produtivo”.

Além do aumento de alunos a frequentarem o ensino superior, o governante sublinhou também a aposta nos alunos do ensino técnico-profissional e a promoção de um programa nacional para o alojamento dos estudantes universitários.

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