Primeiro Ministro: Fogo de Monchique vai continuar nos próximos dias

Mundo Lusíada
Com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, avisou nesta quarta-feira que o incêndio de Monchique vai continuar a lavrar nos próximos dias, considerando que este fogo foi “a exceção que confirmou a regra” do sucesso da atual operação de combate.

Depois da publicação no Twitter na segunda-feira, esta foi a primeira vez que António Costa falou publicamente sobre o incêndio de Monchique, que deflagrou na sexta-feira, durante o balanço da resposta operacional e das medidas adotadas pelas várias entidades na sequência da onda de calor registrada nos últimos dias, que decorreu na Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Lisboa.

“Não devemos ter a ilusão de que este incêndio [de Monchique] vai ser extinto nas próximas horas. O incêndio irá, aliás, agravar”, avisou, antecipando que o fogo “lavrará nos próximos dias”. Este incêndio, acrescentou, “foi a exceção que confirmou a regra do sucesso da operação ao longo destes dias”.

Também o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera avisou que hoje vai ser um dia “extremamente difícil na zona de Monchique” em termos meteorológicos, tendo a expectativa que a situação melhore nos próximos dias. Jorge Miranda sublinhou que “o dia 04 de agosto foi o dia mais quente em Portugal do século XXI”. “Os valores médios da temperatura máxima no território do continente foram superiores a 40 graus em três dias consecutivos e em Lisboa 44 graus é o valor mais alto de sempre, onde a temperatura é medida desde 1853”, recordou.

O incêndio rural deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e lavra também nos concelhos vizinhos de Portimão e Silves.

Segundo um balanço feito pela manhã, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.

De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram mais de 21.300 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

No ano passado, as chamas destruíram mais de 440 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Na terça-feira, ao quinto dia deste incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital. O governo também distribuiu informação junto aos turistas no Algarve.

Também o fogo no concelho de Silves reacendeu nesta tarde em algumas das zonas por onde já tinha passado, devido à intensidade do vento, disse à Lusa a presidente da Câmara, Rosa Palma. O fogo já passou “muito perto” da cidade de Silves, mas neste momento não é possível fazer previsões devido ao vento, que é muito “inconstante”, o que provoca rápidas propagações.

Dezessete concelhos dos distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro seguem em risco máximo de incêndio, assim como a costa leste da ilha da Madeira, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo o IPMA, mais de 60 outros municípios do interior Norte e Centro e do Alentejo e Algarve estão em risco muito elevado de incêndio, num dia em que está prevista uma pequena descida da temperatura.

Em risco elevado estão cerca de uma centena de outros concelhos dos distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja e Faro.

1 Comment

  1. “O incêndio [de Monchique] não vai ser extinto nas próximas horas.O incêndio irá, aliás, agravar”, avisou o Primeiro Ministro, antecipando que o fogo “lavrará nos próximos dias”, porque a incompetência, em todos os escalões é muita. Deixaram o fogo alastrar por todo o lado desordenadamente, ao sabor do vento, e o resultado é este. Quem analisa um mapa da Serra de Monchique, verifica que existem várias vias de circulação de veículos e que seria possível confinar o incêndio em algumas áreas, utilizando os veículos de combate dos bombeiros e atacando o fogo com os meios aéreos disponibilizados até agora. Mas não actuaram assim, combateram os fogos caso a caso, sem os conterem, mas ad hoc e sem método algum, deixando que as chamas alastrassem por todo o lado. Bastava terem colocado meia dúzia de carros bomba nas estradas onde lavrava o incendio e cortarem as chamas que passavam para o outro lado das vias. Assim confinavam o incêndio, que podia ser debelado pelos meios aéreos em zonas confinadas. Agora é tarde. É deixar arder…

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