Presidente português vacina-se contra a gripe para “dar o exemplo”

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa é vacinado contra a gripe na Unidade de Saúde Familiar (USF) Descobertas, em Lisboa, 19 de outubro de 2020. A segunda fase da vacinação disponível para mais grupos populacionais, que estende a vacinação a pessoas com 65 ou mais anos e pessoas com doenças crônicas. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, vacinou-se contra a gripe, na Unidade de Saúde Familiar (USF) Descobertas, em Lisboa, para “dar o exemplo” e incentivar os portugueses a fazerem o mesmo.

“Aqui fica o meu exemplo. Espero que aqueles poucos que não tivessem já a intenção de o fazer venham o mais rápido que possam, de acordo com as suas disponibilidades e as disponibilidades do sistema, vacinar-se até ao fim da primeira semana dezembro”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas, na sala de espera desta USF, já depois de se ter vacinado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, disse ter-lhe perguntado se “haverá vacinas em número suficiente para todos aqueles que queiram vacinar-se, e estarão disponíveis em tempo útil”, referindo que essa “é uma preocupação de muitos portugueses”.

“E aquilo que me foi dito e a senhora ministra acaba de confirmar é que até à primeira semana de dezembro, a partir deste momento, de pouco mais de meados de outubro, e durante o mês de novembro, progressivamente, todos os que queiram vacinar-se irão vacinar-se – ou em estruturas como esta, ou nas juntas de freguesia, ou em farmácias comunitárias”, acrescentou.

O Presidente da República chegou ao local cerca das 11:00 e tinha à sua espera a ministra Marta Temido, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e mais alguns dirigentes, com quem entrou no edifício, seguido por meia dúzia de repórteres de imagem.

“Apanhei aqui uma parafernália de gente”, queixou-se um utente, ao vê-los passar.

A restante comunicação social aguardava fora, mas entretanto começou a chuviscar e as declarações previstas para o exterior passaram para a sala de espera de USF, onde foi instalado um microfone e cerca de quinze jornalistas se concentraram para ouvir o Presidente da República e a ministra.

Marta Temido começou por explicar que, depois de um “primeiro período de vacinação” iniciado em setembro em que “foram considerados prioritários os profissionais e os utentes de estruturas residenciais para idosos, os profissionais de saúde e também as grávidas”, agora começou “a segunda fase do processo de vacinação contra a gripe sazonal” dirigida “à restante população de risco, ou seja, aqueles que tenham algum critério que os considere elegíveis para a vacina e aqueles que têm uma idade superior a 65 anos”.

A ministra salientou que “este ano o Serviço Nacional de Saúde (SNS) viu reforçadas as aquisições de vacinas em 34%”, contando com “cerca de dois milhões de vacinas para este período de vacinação contra a gripe sazonal”, e acrescentou: “Até sexta-feira passada tínhamos já disponibilizado 775 mil doses de vacinas”.

“Até ao final da primeira semana de dezembro pretendemos cumprir o restante programa de vacinação”, prosseguiu Marta Temido, realçando que as vacinas da gripe adquiridas pelo SNS também estão a ser administradas por “juntas de freguesia, que pela primeira vez se associam a este processo”, e por “um conjunto de farmácias comunitárias”.

Marta Temido agradeceu ao Presidente da República por este “gesto que pretende incentivar e sensibilizar todos aqueles que são elegíveis para a vacinação para que se vacinem” e apelou aos portugueses para que o façam “de uma forma organizada, coordenada, de preferência agendada”.

Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que cumpriu “escrupulosamente” as indicações para que aguardasse o início desta segunda fase de vacinação contra a gripe, que se dirige aos que têm mais de 65 anos, como é o seu caso.

O chefe de Estado, que tem 71 anos, mencionou que pertence a um grupo de risco por ter “umas patologias, nomeadamente do foro cardiovascular”.

“Portanto, aqui estou eu a apelar aos portugueses – não era necessário, porque há um movimento nacional no sentido da vacinação, mas há sempre um ou outro recalcitrante, tem dúvidas, hesita, nunca se vacinou, acha que não vale a pena – para que se vacinem”, afirmou.

No final da sua intervenção, o chefe de Estado deixou uma palavra de elogio “aos profissionais desta unidade e de todas as unidades, porque o esforço que lhes vai ser exigido em termos de saúde pública é acrescido”.

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