Presidente português dança com são-tomenses em praça

Da Redação
Com Lusa

Mantendo a tradição, o presidente de Portugal encantou a população em mais uma visita oficial, dessa vez em São Tomé.

Marcelo Rebelo de Sousa assistiu, durante mais de uma hora, a representações culturais são-tomenses na praça Yon Gato, no centro da capital são-tomense, onde dançou, cantou e, como sempre, tirou muitas fotografias.

Cumprimentou algumas dezenas de alunos, que acenavam com pequenas bandeiras dos dois países, quando chegou à praça, em frente à sede do Governo, acompanhado do primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.

Enquanto decorria o encontro, as crianças animavam a festa: “Marcelo, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”, cantavam.

Após o encontro com o chefe do executivo, voltaram ambos à praça e assistiram às representações de uma dezena de grupos culturais que se encontravam ao redor da praça.

Além de tirar fotografias com os grupos, Marcelo também fazia questão de cumprimentar os populares que se encontravam na praça e chamavam por ele. E nem escapou ao desafio de pelo menos duas são-tomenses para dançar.

A limpar o suor devido ao calor que se faz no país situado na linha do Equador, Patrice Trovoada foi questionado sobre o banho de multidão que caracteriza as visitas de Marcelo. “Estou a habituar-me”, respondeu, tentando sempre puxar o Presidente português pelo braço para apressar a visita, mas por vezes em vão.

A última representação cultural coube a um grupo em cadeira de rodas, que ofereceu um quadro ao Presidente português.

Depois, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que o acordo econômico global que Portugal está a preparar com São Tomé e Príncipe tem um “potencial enorme” e vai marcar uma nova fase nas relações bilaterais.

“Onde havia a iniciativa dos empresários, passa a haver um acordo de enquadramento global, de definição de prioridades, de formas de financiamento dessas prioridades, de métodos e de calendários”, disse o chefe de Estado, na sessão de abertura do Fórum Econômico luso-são-tomense.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o objetivo é ainda alargar o campo de intervenção a outras áreas, como o domínio do mar, a energia, as infraestruturas, “mas sobretudo com uma visão de conjunto”.

“É chegado o momento de entrar numa nova fase, num novo patamar mais ambicioso que não deita fora nada dos pressupostos essenciais das pré-condições do crescimento econômico, mas adita-lhes uma realidade nova, que se vai traduzir […] num acordo de parceria econômica global entre os dois países”, disse.

De acordo com o Presidente, este acordo vai ser assinado durante a visita do primeiro-ministro português, António Costa, a São Tomé e Príncipe, que se vai realizar “até meados deste ano”.

Linha de crédito

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou que estuda a criação de uma linha de crédito com São Tomé e Príncipe e um empréstimo Estado a Estado.

Em declarações aos jornalistas à margem da visita de Estado de três dias do Presidente, o chefe da diplomacia portuguesa recusou assim qualquer problema na execução dos programas de cooperação com o país africano.

“Cremos que chegaremos a um bom resultado que garanta taxas de juro muito favoráveis para São Tomé e as garantias necessárias para que esses projetos possam ser executados”, disse o ministro.

Em recente entrevista à agência Lusa, Patrice Trovoada criticou a forma como está a ser levada a cabo a cooperação portuguesa e deu como exemplo a criação de uma linha de crédito para apoio ao setor empresarial, no valor de dez milhões de euros, que está bloqueada há três anos.

Hoje, o ministro não referiu valores para a linha de crédito, mas lembrou que já existiu uma outra, no valor de 50 milhões de euros, “que se foi realizando e que dependeu mais da capacidade de apresentar projetos pela parte de São Tomé do que por problemas de disponibilidade de Portugal”.

Sobre o Programa Estratégico de Cooperação, assinado entre os dois países em 2016, no valor de 58 milhões de euros, Santos Silva diz que “está a decorrer e deve ser cumprido”, independentemente de “ajustamentos pontuais”. “Os programas têm de ser previsíveis e programados”, disse.

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