Presidente português aponta “falhas” de governos e entidades na reação à pandemia

Da Redação
Com Lusa

O Presidente de Portugal defendeu na quinta-feira que houve falhas em diferentes níveis na reação à pandemia de covid-19 que devem servir de lição para um reforço do multilateralismo e da capacidade de ação.

Numa curta mensagem gravada em vídeo, em francês, e esta quinta-feira transmitida no Fórum da Paz de Paris, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que houve “falhas, crises na reação, na resposta de várias organizações internacionais, de vários governos, de várias entidades públicas e privadas”.

“É preciso retirar consequências, lições, quer dizer: mais respeito pelos outros, mais multilateralismo, mais compreensão, solidariedade, mais liberdade de expressão e liberdade religiosa, mas ao mesmo tempo capacidade de ação, dos governos, das organizações internacionais, de entidades públicas e privadas”, defendeu.

O chefe de Estado acrescentou que “é preciso outro mundo, um mundo de paz”.

“Essa paz é feita de mulheres e de homens, solidários, unidos, para além das divergências e das diferenças. Nós somos uma só humanidade”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa, nesta mensagem em vídeo de um minuto e meio, gravada a partir do Palácio de Belém, em Lisboa.

O Fórum da Paz de Paris, lançado pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, tem reunido anualmente chefes de Estado e de Governo e representantes de organizações internacionais e da sociedade civil. Esta é a sua terceira edição, com um formato virtual, devido à pandemia de covid-19.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente na primeira edição, em 2018, em Paris, que coincidiu com as comemorações do centenário do armistício da I Guerra Mundial.

Novo estado de emergência

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, considerou ser “impossível não pensar que necessariamente” Portugal vai ter um novo estado de emergência, considerando que os dados da pandemia demonstram esta necessidade.

“Relativamente a novo estado de emergência, eu diria que é impossível não pensar que necessariamente vamos ter um novo estado de emergência. Os dados estão aí a demonstrá-lo”, respondeu.

Costa recordou que teve a oportunidade de afirmar que, desta vez, “o estado de emergência conduziria seguramente a medidas menos intensas do que as da primeira, mas necessariamente mais prolongadas”.

“Adotamos um critério distinto do da primeira fase que é ajustar as medidas à especificidade de cada território e por isso a modulação das medidas em função da gravidade da situação em cada território”, explicou.

O primeiro-ministro deixou claro que “este estado de emergência vigora só até ao próximo dia 23 de novembro” e que as medidas que hoje foram clarificadas são apenas para este período nos concelhos de maior risco de contágio.

Portugal registrou quinta-feira mais 78 mortos relacionados com a covid-19 e 5.839 novos casos de infecção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este é o segundo pior registro de mortos com covid-19 e de novos casos de infecção em 24 horas, desde o início da pandemia, em março.

No total, segundo os dados da DGS, Portugal já registou 3.181 mortes e 198 mil casos de infecção pelo novo coronavírus.

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