Presidente Marcelo Rebelo de Sousa agradece visita inesquecível a Guiné-Bissau

Mundo Lusíada com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu na noite deste dia 18 a “visita inesquecível” à Guiné-Bissau e disse que vão ser concretizados neste “novo ciclo” muitos dos “objetivos”, “sonhos” e das “aspirações legítimas de cooperação” entre os dois países.

“Inesquecível por vir 31 anos depois da última vinda de um Presidente português, inesquecível pelo calor do povo guineense, inesquecível pelo acolhimento da parte de todas as autoridades, começando pelo senhor Presidente da República, continuando na Assembleia Nacional Popular e culminando no senhor primeiro-ministro, e incluindo também os partidos políticos e vários setores da sociedade civil”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente português falava no final de um encontro com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, no Palácio do Governo, em Bissau, que encerrou a sua visita oficial à Guiné-Bissau.

Nas declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu a Nuno Gomes Nabiam o “retrato que deu da situação econômica, social e política guineense num tempo de estabilização, superação de ultrapassagem da pandemia e de desenvolvimento econômico e social sustentado no futuro, isto é duradouro e a pensar nas gerações mais jovens”.

“Nós iremos concretizar neste novo ciclo que se inicia com esta visita muitos dos objetivos, dos sonhos, das aspirações legítimas de cooperação entre os dois Estados e os dois povos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que o primeiro-ministro António Costa virá o “mais rapidamente possível” à Guiné-Bissau.

“É o passo seguinte para dar substância à parceria estratégica iniciada com o protocolo de cooperação estratégico assinado em janeiro. Portanto, esse é o próximo passo, será cá, o primeiro-ministro português, mas depois haverá outros passos”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa disse também que ter a certeza que a “cooperação entre Estados, entre responsáveis políticos, será no futuro muito mais ambiciosa, muito mais frutuosa e muito mais promissora do que foi no passado ou é no presente”.

O encontro com o primeiro-ministro guineense foi o último ponto do programa desta visita oficial de cerca de 24 horas à Guiné-Bissau.

No trajeto entre a Livraria Coimbra e o Palácio do Governo, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a encontrar uma multidão concentrada nos dois lados da estrada para o saudar, e empoleirou-se uma vez mais na porta da viatura para acenar às pessoas.

O chefe de Estado deixou a Guiné-Bissau de regresso a Portugal num avião da Força Aérea Portuguesa perto das 21:00 locais (22:00 em Lisboa).

Democracia

Marcelo Rebelo de Sousa disse ter aproveitado todas as ocasiões durante a sua visita para defender que os países que falam português devem todos esforçar-se por uma melhor democracia.

Em declarações aos jornalistas, em Bissau, questionado se abordou com o seu homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, temas como a liberdade de imprensa e direitos humanos, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não só estiveram em cima da mesa como em público eu os referi sistematicamente, no sentido de que queremos mais Estado de direito democrático no mundo da lusofonia”.

“Na casa da democracia [a Assembleia Nacional Popular], disso falei desenvolvidamente. Aproveitei todas as ocasiões para tornar claro aquilo que é fundamental, que é aquilo que nos deve aproximar cada vez mais: o esforço em todos os países que falam português de construirmos melhor democracia, com mais direitos, com separação de poderes”, acrescentou.

A propósito do seu encontro com Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, atualmente na oposição, que não constava do programa desta visita, Marcelo Rebelo de Sousa foi interrogado se os dois fizeram as pazes.

Na resposta, o chefe de Estado português enquadrou a sua presença na Guiné-Bissau como dirigida “a todo o povo guineense, o que está no Governo, o que está na oposição, todos os partidos”.

“Isso ficou claro, como é natural. Os presidentes passam, os governos passam, as maiorias parlamentares passam, os povos não passam. Foi a pensar nos povos que eu aqui estive, e isso foi compreendido da parte de toda a gente na Guiné-Bissau”, considerou.

O Presidente português também destacou a manifestação popular. No seu entender, “facilitou o fato de, antes mesmo de os vários responsáveis falarem, o povo guineense ter falado, porque clarificou a conversa”.

“Para além do que há sempre de manifestações com algum grau de preparação, porque se trata de receber bem quem vem de fora, houve um lado intimista, de calor humano, de improviso genuíno, espontâneo, que quis dizer isto: nós vamo-nos entender sempre a trabalhar juntos para o futuro e, portanto, vocês políticos tratem disso, porque é o que nós queremos”, sustentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, esta visita oficial à Guiné-Bissau teve “sobretudo um significado virado para o futuro” e “também a questão dos vistos foi tratada”.

O chefe de Estado realçou que “70% do povo guineense tem menos de 30 anos” e disse que os responsáveis dos dois países estão “a pensar nesse futuro, nessa juventude, naquilo que é possível fazer em conjunto, cá e lá”.

“Há um carinho ilimitado que veio do passado. O Presidente da República [Sissoco Embaló] gosta de trabalhar no gabinete que era do general Spínola, há assim umas coisas que têm a ver com o passado. Mas é sobretudo do futuro que se fala”, acrescentou.

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