Presidente defende o “valor estratégico do mar português” no Dia dos Oceanos

Da redação com Lusa

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu neste dia 08 o “valor estratégico do mar português”, alertando para a “necessidade de modelo de desenvolvimento do setor assentar na sustentabilidade dos recursos”, numa mensagem sobre o Dia dos Oceanos.

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa lembra o valor estratégico do mar português e alerta para a necessidade de modelo de desenvolvimento do setor assentar na sustentabilidade dos recursos”, traz mensagem publicada pela Presidência da República, a propósito do Dia Mundial dos Oceanos, que o chefe de Estado assinala no Funchal, onde chegou para as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na quinta-feira.

Nesse sentido, “os projetos deverão ser pensados de forma integrada com os ecossistemas e na justa e equilibrada ponderação dos valores em apreço, tendo presente a vital importância que os oceanos representam na fixação de carbono e no combate ao aquecimento global, mas também no potencial que encerram para o desenvolvimento econômico e social sustentável de Portugal”.

“O Dia Mundial dos Oceanos, reconhecido desde 1992 pelas Nações Unidas, tem este ano como mote “Os oceanos: vida e subsistência”, sendo hoje celebrado pelo Presidente da República na Região Autónoma da Madeira, através do conhecimento de diversas iniciativas e projetos ligados à economia do mar, da arte, da pesca à aquacultura, à tecnologia digital, ao turismo, à biotecnologia”, assinala-se na nota.

De acordo com o Palácio de Belém, “esta comemoração reveste-se de particular significado num momento em que a aposta na economia azul, e o aproveitamento sustentável dos recursos marítimos, abre diversas perspetivas de desenvolvimento para Portugal, numa indissociável ligação às áreas da defesa, da ciência, da inovação e produção de conhecimento e à promoção de uma economia circular e de baixo carbono”.

Geopolítica

Na Câmara de Lobos, concelho da zona oeste da Madeira, contíguo ao Funchal, onde decorreu uma cerimônia evocativa do Dia Internacional dos Oceanos, com a presença do Presidente da República, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou que as ligações marítimas regulares entre o continente e as duas regiões insulares portuguesas devem ser assumidas pelo Estado como uma “opção geopolítica essencial”.

“Espanha tem ligações regulares marítimas com as Canárias. Portugal, como potência média atlântica, tem de o fazer com os seus arquipélagos”, disse o governante madeirense, sublinhando que esta não é apenas uma “questão de coesão nacional e de exercício de soberania”, mas sobretudo de “opção geopolítica essencial”.

E reforçou: “O potencial da economia azul não é uma ficção, mas uma realidade bem ao nosso alcance que exige mobilização nacional”.

“Se Portugal quiser assumir um papel central na interface América-Europa, Canal do Panamá-Europa, Oriente e África-Europa, tem de investir na modernização, requalificação e logística nos seus portos no continente e nas regiões autónomas”, declarou o chefe do executivo madeirense, sublinhando que 90% do comércio externo da Europa e 40% do comércio intereuropeu passa pelos portos europeus.

Miguel Albuquerque considerou ser “absurdo” ignorar a modernização e logística portuária e os setores associados, como a construção e reparação naval e o turismo de cruzeiros e científico.

“Anualmente transitam nos portos marítimos da Europa 3,5 mil milhões de toneladas e, 300 milhões de passageiros”, sublinhou, lembrando que as Canárias são, atualmente, um “centro prestador de excelência” destes serviços no Atlântico.

“Portugal, com melhores condições, porque é que não o faz?”, questionou.

E reforçou: “O triângulo atlântico – Continente, Madeira, Açores – necessita, também, de ligações marítimas de passageiros regulares, pois esta é uma das formas inteligentes de exercer os nossos direitos de soberania no mar.

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