Portugal tem “localização extraordinária para quem quer produzir para o mundo”

Da Redação com Lusa

Na segunda-feira, o primeiro-ministro defendeu que Portugal tem uma “localização extraordinária para quem quer produzir para o resto do mundo”, salientando que o país está “à menor distância de todos os outros continentes”.

Depois de visitar ‘stands’ portugueses da feira de Hannover — que escolheu este ano Portugal como país parceiro –, António Costa foi questionado se, à semelhança do Presidente da República, considera que Portugal pode ser um “beneficiário líquido da situação internacional”.

Na resposta, o primeiro-ministro frisou que “aquilo que oferece hoje vantagens competitivas a Portugal são vários fatores”, começando por destacar “a excelência” do talento português e dos seus recursos humanos, mas também o fato de a Comissão Europeia considerar que Portugal é o país que “está em melhores condições de assegurar a transição energética”.

António Costa referiu ainda que Portugal tem hoje “centros de investigação científica, universidades, politécnicos a trabalhar muito fortemente com as empresas naquilo que é o seu esforço de automação, de eficiência energética”.

Outra vantagem competitiva destacada por Costa foi o fato de Portugal ser “o quarto país mais seguro do mundo e com uma localização extraordinária para quem produzir para o resto do mundo”.

“Obviamente, quem produz na Europa para a Europa, há porventura outras localizações mais atrativas do ponto de vista geográfico. Do ponto de vista de quem produz da Europa para o resto do mundo, nós não é por acaso que sempre fomos a porta de entrada da Europa com o mundo”, sublinhou.

O chefe do executivo destacou que Portugal é o país que está “à menor distância de todos os outros continentes” e defendeu que “não é por acaso” que Portugal “é o ponto de amarração dos novos cabos submarinos que vão ser feitos, da América do Sul, do sul de África, da Ásia para Portugal”.

“Portanto, entre o talento, a excelência das nossas empresas, dos nossos centros de investigação científica, da nossa posição geográfica, do facto de sermos um dos países mais pacíficos do mundo, obviamente tudo isto são vantagens competitivas muito grandes”, realçou.

Abordando a participação de Portugal na feira de Hannover, o primeiro-ministro fez um “balanço muito positivo”, destacando a “quantidade de empresas que foi possível mobilizar” para a edição deste ano.

“Habitualmente, temos 40 empresas nesta feira, desta vez estamos com 109 empresas e em áreas muito diversas: desde a área da produção de peças, às áreas mais sofisticadas de tecnologias industriais, de ‘software’, na área digital e muito forte também na área da energia”, referiu.

O primeiro-ministro sustentou que é precisamente nessas áreas que “as empresas industriais estão neste momento a investir: é na transição energética, é na transição digital”.

“Esta não é uma feira para vir comprar os produtos finais, nem as nossas roupas, nem os nossos sapatos, mas é uma feira da indústria para a indústria, e dos nossos serviços para as indústrias”, referiu.

Costa considerou assim que a presença portuguesa na Hannover Messe’22 “é uma enorme montra do que de melhor Portugal faz para todo o mundo”.

No que se refere à cooperação com a Alemanha, o primeiro-ministro referiu que “a Alemanha é um dos grandes investidores em Portugal: muitas das empresas já estão há mais de 100 anos em Portugal”.

“Portanto, conhecem-nos bem e percebem bem qual é a nossa qualidade. Temos mais de 600 empresas alemãs a investirem em Portugal e temos milhares que compram em Portugal. Esta feira, aliás, é mesmo para isso: é para vender para as indústrias alemãs”, sublinhou.

Exportações

Num encontro com empresários portugueses na feira de Hannover no domingo, António Costa sublinhou que a escolha de Portugal como país parceiro do certame é uma “enorme oportunidade” para alavancar o aumento das exportações portuguesas.

“Para o país é também da maior importância, porque temos todos uma meta, que é, nesta década, garantirmos que as exportações passam a representar mais de 50% do nosso Produto Interno Bruto (PIB), e isso só se faz tendo cada vez serviços e bens de maior valor acrescentado”, frisou o primeiro-ministro.

“Temos todas as condições para o conseguir e o contexto é um contexto que nos favorece, porque é um contexto de reindustrialização da Europa, de transição energética, de transição digital e onde, portanto, vai ser necessário adquirir cada vez mais produtos e serviços como aqueles que vocês produzem ou que prestam” sublinhou.

Com o ‘slogan’ “Portugal faz sentido”, a Hannover Messe’22 — considerada a maior feira de indústria do mundo — começou no domingo e termina na quinta-feira. 109 empresas portuguesas participam no certame, desenvolvendo “atividades nas áreas de soluções de engenharia, soluções de energia e ecossistemas digitais”.

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