Portugal inicia a segunda fase do plano de desconfinamento

Da Redação Com Lusa

Os alunos dos 2º e 3º ciclos retomam nesta segunda-feira as aulas presenciais, no âmbito da segunda fase do plano de desconfinamento de Portugal, que prevê também a reabertura de centros de dia, equipamentos para deficientes e esplanadas.

A decisão de avançar com a segunda fase do plano do Governo foi tomada na sexta-feira em Conselho de Ministros, depois de analisada a situação da pandemia em Portugal, em especial o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e a taxa de incidência de novos casos de covid-19.

Além das escolas dos 2.º e 3.º ciclos, hoje voltam a estar disponíveis as Atividades de Tempos Livres dirigidas a esses estudantes, assim como centros de dia e equipamentos sociais de apoio à deficiência.

Na área da restauração, a segunda fase do desconfinamento em Portugal continental prevê também que os restaurantes, as pastelarias e os cafés que tenham esplanada podem reabrir esses espaços ao ar livre, mas com grupos limitados a um máximo de quatro pessoas.

No que se refere ao comércio, a partir de hoje as lojas com porta para a rua com menos de 200 metros quadrados deixam de ter de vender ao postigo e passam a poder ter as suas portas abertas ao público, para, de acordo com a rotação e as regras da Direção-Geral da Saúde, poderem fazer atendimento presencial dos seus clientes.

Os ginásios também voltam a reabrir, mas ainda sem a possibilidade de aulas em grupo.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que Portugal pode “dar o passo de avançar” com estas medidas de desconfinamento, alegando que “a aplicação combinada dos dois critérios” — incidência e ritmo de transmissão da covid-19 – mantém Portugal “claramente no quadrante verde”.

Professores no Retorno

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores defendeu turmas com menos alunos para assegurar melhorias na aprendizagem e o cumprimento das regras de distanciamento.

“Era necessário que as turmas pudessem ser ainda reorganizadas para poderem ficar com menos alunos. Isso era importante do ponto de vista da aprendizagem e de um trabalho mais personalizado dos professores, mas também para manter o distanciamento”, afirmou Mário Nogueira, que falava aos jornalistas junto à Escola Eugénio de Castro, em Coimbra, no dia em que parte dos alunos retomam.

O dirigente sindical realçou também a importância do reforço do pessoal não docente, numa altura em que a desinfecção e limpeza “são fundamentais” e em que as escolas ainda apresentam um défice.

No entanto, a preocupação com as condições dos alunos nas escolas “é superada pela importância que tem o regresso ao ensino presencial”, frisou.

“O ensino presencial já fazia falta. Os prejuízos que os nossos alunos tiveram ao longo deste período todo foram grandes, apesar do esforço de todos”, notou.

Mário Nogueira espera agora que seja possível manter as escolas abertas até ao final do ano letivo.

Questionado sobre o plano de recuperação de aprendizagens que deverá ser apresentado pelo Governo em maio, o secretário-geral da Fenprof salientou que espera que o próximo ano letivo “se organize para que seja possível superar” os problemas que o ensino à distância trouxe.

“Vamos aguardar para ver o que aí vem, mas que este ano não tenha mais problemas e mais prejuízos e não se acumulem mais défices na aprendizagem”, disse.

A partir de hoje, e durante a próxima quinzena, a proibição da circulação entre concelhos no continente português deixa de estar em vigor, mantendo-se encerrada a fronteira terrestre entre Portugal e Espanha.

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