Portugal e EUA preparam “encontros políticos de alto nível” em junho

Da Redação
Com Agencias

Portugal e os Estados Unidos prepararam “encontros políticos de alto nível” durante as comemorações do “10 de Junho” no país norte-americano, que significam uma “verdadeira invasão diplomática, pacífica e amigável”, disse o chefe da diplomacia portuguesa.

Junho será o mês de Portugal nos EUA e o Governo português organiza “uma iniciativa de uma verdadeira invasão diplomática, pacífica e amigável dos Estados Unidos pelos portugueses”, afirmou Augusto Santos Silva a legisladores luso-americanos, durante um encontro promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, na semana passada.

O ano de 2018 será “um ano-chave” para a relação entre os dois países, sublinhou à Lusa o chefe da diplomacia portuguesa.

As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades vão levar o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, a várias cidades norte-americanas e estão a ser preparados “encontros políticos de alto nível muito importantes”.

“Não é minha responsabilidade dizer quais, mas posso assegurar-vos que estamos a preparar reuniões políticas de alto nível”, comentou Augusto Santos Silva.

Questionado depois pelos jornalistas, o chefe da diplomacia portuguesa escusou-se a esclarecer se estava a referir-se a encontros com o Presidente norte-americano, Donald Trump.

“Não falemos de hipóteses, o programa ainda está a ser preparado”, disse apenas o governante, sublinhando que “o foco do programa é o contato com as comunidades portuguesas e também a promoção cultural e econômica de Portugal”.

Mas segundo apurou o portal Observador junto de altas fontes diplomáticas, há “negociações em curso” para um encontro entre os presidentes Marcelo e Trump e que, embora ainda não esteja confirmado, “há duas datas possíveis“.

As comemorações começam em Boston, com Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, e em seguida, o Presidente e o primeiro-ministro têm programas separados, estando previstas iniciativas “nas costas leste e oeste”, nomeadamente fóruns econômicos na Califórnia e Nova Iorque.

Apoio luso-americano

O ministro dos Negócios Estrangeiros português também pediu o envolvimento dos eleitos luso-americanos para “encontrar uma boa solução” para os cerca de 500 cidadãos abrangidos pelo programa de proteção de jovens indocumentados, que a administração norte-americana quer acabar.

O eventual fim do chamado DACA (“Deferred Action for Childhood Arrivals”, criado pelo anterior Presidente norte-americano, Barack Obama, que protege 800 mil jovens indocumentados) é uma decisão que Portugal “respeita”, mas que suscita “preocupação”, porque o programa abrange cerca de 500 cidadãos portugueses.

“Para o cidadão português comum, os EUA são o país das oportunidades e a terra da liberdade”, sustentou o chefe da diplomacia portuguesa, lembrando que “os imigrantes deram um contributo imenso para a consolidação da próspera nação norte-americana”.

Na altura, o ministro agradeceu o seu “envolvimento para que uma boa solução seja encontrada para os ‘sonhadores’”, como são conhecidos os jovens abrangidos pelo DACA.

Santos Silva também aplaudiu a iniciativa do ‘caucus’ [grupo de legisladores] português na Câmara dos Representantes pela apresentação do projeto-lei conhecido como ‘AMIGOS Act’ (“Advancing Mutual Interests and Growing our Success Act”), que, se for aprovado pelo Congresso, permitirá aos cidadãos portugueses entrar nos Estados Unidos como não-imigrantes, com vistos E1 e E2.

“É uma velha aspiração” para os empresários e investidores de Portugal, um dos cinco países europeus que não têm este acordo com os EUA, sustentou Santos Silva, lembrou que Portugal é “um dos aliados mais antigos e um dos mais próximos parceiros comerciais” dos Estados Unidos.

“Encorajo-vos a todos a apoiar este projeto, que irá criar as condições para maior investimento e comércio entre Portugal e os Estados Unidos”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português.

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