Portugal, Alemanha e Eslovênia programam presidência da UE Da Agencia Lusa Os ministros das Relações Exteriores de Portugal, Alemanha e Eslovênia apresentam em 05 de dezembro em Berlim o programa comum das três próximas presidências semestrais da União Européia (UE), que dá prioridade à Constituição Européia e às reformas econômicas dos 25 Estados membros. O programa que será divulgado pelo ministro português Luís Amado e pelos seus homólogos alemão, Frank-Walter Steinmeier, e esloveno, Dimitrij Rupel, inclui ainda entre os seus principais vetores a política de asilo e imigração e o aumento do papel da UE no mundo. Esta tripla presidência começa pela Alemanha em 1º de janeiro de 2007, prossegue com Portugal no segundo semestre do mesmo ano e termina com a Eslovênia no primeiro semestre de 2008. O documento, de 59 páginas, a que a Agência Lusa teve acesso em Bruxelas, está dividido em três partes ("enquadramento estratégico", "prioridades" e "programa abrangente") e define as questões que deverão merecer a atenção dos países responsáveis pela condução da UE no próximo ano e meio. O primeiro programa deverá ser adotado em 11 de dezembro pelos ministros das Relações Exteriores da UE reunidos em Bruxelas, disse fonte diplomática à Lusa em Bruxelas. O "Futuro da União" é a prioridade conjunta que aparece em primeiro lugar em uma lista que inclui ainda "a Estratégia de Lisboa", o "reforço da área de Liberdade, Segurança e Justiça" e o "aumento do papel externo da UE nas áreas das relações de segurança, desenvolvimento e economia". Prioridades No final da sua presidência, a Alemanha apresentará um relatório para tentar impulsionar a resolução do atual impasse em torno da aprovação da Constituição Européia. O texto do Tratado Constitucional foi rejeitado em referendo pelos franceses e holandeses em 2005 e a UE está em "fase de reflexão" para tentar resolver o problema até finais de 2008, quando Paris assume a presidência comunitária. As próximas três presidências também irão "consolidar" a completa integração da Bulgária e Romênia na UE, depois do alargamento a estes dois países, em 1º de janeiro do ano que vem. O documento sublinha a necessidade de aplicar a Estratégia de Lisboa, no sentido de reforçar a competitividade, a criação de empregos e o crescimento da Europa diante dos principais concorrentes. A finalização do atual processo para criar condições que assegurem uma efetiva livre circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais no espaço da UE é classificada de "elemento chave" nesta área. As três presidências irão também promover uma "abordagem global" dos problemas ligados aos fluxos migratórios e à proteção das fronteiras externas da UE. No que diz respeito ao "aumento do papel externo da UE", os três países afirmam que darão "particular importância" ao fortalecimento das relações com os Estados Unidos e outros parceiros estratégicos. Além disso, comprometem-se a preparar a segunda Cúpula Europa-África, que será realizada, se possível, em Lisboa, durante a presidência portuguesa, no segundo semestre de 2007.