Política interna polonesa pode atrasar tratado da UE

 

Da Agencia Lusa

O ministro luso das Relações Exteriores e atual presidente do Conselho de Ministros da União Européia (UE), Luís Amado, admitiu na terça-feira 04 de setembro, em Estrasburgo, que a situação política na Polônia poderá interferir no calendário estipulado por Lisboa para a aprovação do novo tratado da UE, documento que substituirá o fracassado projeto de Constituição européia.

"Admito que a situação política interna [da Polônia] possa colocar alguns problemas, designadamente no calendário", disse Luís Amado, que acompanha o presidente português, Cavaco Silva, numa visita ao Parlamento Europeu (PE).

Antes, em conferência de imprensa, Cavaco Silva referiu-se ao assunto, lembrando que "foi aprovado um mandato claro e concreto em junho" e que "os calendários europeus não podem ficar sujeitos aos atos eleitorais".

Uma opinião partilhada pelo presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Poettering, para quem "todos devem respeitar a palavra dada" na cúpula da UE de junho, da qual saiu o mandato para a Presidência portuguesa avançar com o processo que resultará no "Tratado Reformador".

O Parlamento polonês votou nesta mesma sexta-feira a sua auto-dissolução para abrir caminho a novas eleições, dois anos antes do prazo inicial, 2009.

Se a moção obtiver a maioria requerida de dois terços de deputados, as eleições poderão ser realizadas em 21 de outubro. Caso contrário, o primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski já disse que apresentará a demissão do seu governo. Se confirmada, o processo será mais longo e poderá atirar as eleições para novembro.

O calendário traçado por Lisboa prevê que o acordo sobre o futuro tratado seja fechado durante a cúpula informal de chefes de Estado e de Governo, em 18 e 19 de outubro, em Lisboa.

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