Pelé: Preocupação com questão social e saúde de Mandela

Mundo Lusíada

 

Em entrevista exclusiva ao Mundo Lusíada, o Rei do Futebol, Pelé comentou a questão social da África do Sul, e a preocupação com a saúde de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e principal representante do movimento antiapartheid.

Pelé externou sua preocupação com o estado debilitado de Nelson Mandela, até hoje o “equilíbrio das etnias africanas”. “Tem uma coisa que não tem a ver com a Copa do Mundo, mas com o equilíbrio, até de respeito, da África, que é a situação de saúde do Mandela”. O responsável pelo fim do Apartheid tem feito poucas aparições desde 2004, principalmente por seu estado de saúde frágil. Aos 91 anos de idade, Mandela vem pedindo tranquilidade e “está conseguindo” afirma Pelé.

“A maior preocupação mesmo é depois da Copa, se vier a ter interesse das etnias de querer tomar conta, pode haver algum problema social. E a questão da saúde do Mandela, todos nós estamos preocupados, principalmente quem faz parte da Fifa, que possa acontecer alguma coisa com ele antes ou imediatamente depois da Copa”, revelou.

Infra-estrutura Pelé foi uma das personalidades que participaram de uma campanha realizada pela Fifa para arrecadar fundos para a promoção da Copa do Mundo na África do Sul. Junto com figuras de renome, Pelé foi um dos rostos à frente desta campanha de sucesso.

“A grande preocupação que todo mundo tinha, imediatamente após a Copa da Alemanha, é que não se conseguisse fundos para isso. E a Fifa fez um esforço muito grande, junto com Bill Gates, Bono Vox (vocalista da banda U2), que é uma figura que tem muito projeto social na África, e eu representando a Fifa, e com isso foi conseguido fundos para pelo menos construir os estádios e terminar parte da infra-estrutura da África. Então neste ponto teremos uma Copa do Mundo bem realizada”, afirma o ex-atleta que é integrante da Comissão de Esportes da Fifa.

Apesar da fase inicial, a região já ganha com o maior campeonato do mundo. “Claro que a África vai ser beneficiada com a comunicação, com a infra-estrutura de estradas, os estádios não sei se depois terão capacidade total nos jogos africanos, porque os campeonatos regionais não demandam tanta gente”, diz comentando o que muitos críticos declararam recentemente, sobre a “fortuna” gasta nos estádios da África do Sul para depois não terem uso. “Mas isso também pode ser usado de outra maneira, com shows, por exemplo”, opina.

África Para falar da força dos anfitriões nesta Copa, o Pelé citou a atuação de equipes africanas em campeonatos olímpicos, que segundo ele, tem medalhas de ouro que o Brasil não tem. “O Brasil disputou os campeonatos olímpicos com os africanos, e não tem medalha de ouro olímpica ainda, e as equipes africanas, Camarões principalmente que é uma equipe forte, já tem”, aponta. “Camarões é uma equipe que pode trazer dificuldades nessa Copa, a própria África do Sul, treinada pelo Parreira que é um técnico experiente, também jogando em casa, embora eles tenham a chave mais difícil dos grupos (África do Sul, México, Uruguai, França – as equipes do Grupo A)” declarou o brasileiro, logo no início da Copa.

“Podemos ter surpresa com essas equipes africanas. Na realidade, o que se espera é que equipes de tradição, Argentina, Brasil, Itália, Alemanha, Espanha que ganhou a Copa, possa chegar entre as finalistas”.

Esta entrevista foi destaque na publicação única e especial “Revista Mundo Lusíada na Copa 2010”.

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